Marina e a Democracia
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O Estado de S. Paulo | Editorial | p. 3
ai???Ai?? necessA?rio criar mecanismos de participaAi??A?o popular que revigorem a democracia representativa, aumentando sua legitimidade.ai??? Essa vaga afirmaAi??A?o de princAi??pios consta ai??i?? e dela quem hA? de discordar? ai??i?? do texto prAi??vio do programa de governo de Marina Silva a ser divulgado, segundo se anuncia, atAi?? a prA?xima sexta-feira. Esse texto foi antecipado pelo Estado no A?ltimo domingo e precipitou reaAi??Ai??es contraditA?rias, especialmente no que se refere Ai?? questA?o da formaAi??A?o de conselhos populares destinados a promover o ai???controle socialai??? da atividade polAi??tica, o mesmo tema do polA?mico decreto de Dilma Rousseff que estA? sendo examinado pelo Congresso Nacional.
No mesmo dia, Marina Silva se dispA?s a colocar A?gua na fervura, tentando desvincular sua proposta do decreto de Dilma. Saiu-se, porAi??m, mais uma vez, pela tangente da generalizaAi??A?o. A intenAi??A?o Ai?? ai???aprofundar a democraciaai??? por meio da ai???valorizaAi??A?o das instituiAi??Ai??es e que essas instituiAi??Ai??es e as representaAi??Ai??es polAi??ticas possam estar ligadas Ai?? sociedade brasileiraai???. Mais uma vez: discordar, quem hA? de? A generalizaAi??A?o pode ser um recurso eficaz, especialmente durante campanhas eleitorais, para tornar acessAi??veis e atraentes ideias complexas. Criar signos de fA?cil compreensA?o Ai?? um exercAi??cio tambAi??m conhecido como ai???falar a linguagem do povoai???. Mas Ai?? tambAi??m a melhor maneira de escamotear as verdadeiras intenAi??Ai??es de quem os propAi??e.
A generalizaAi??A?o pode ser, pura e simplesmente, uma maneira de dissimular o engodo. Ai?? o caso desse decreto do governo petista que institui a PolAi??tica Nacional de ParticipaAi??A?o Social (PNPS). O decreto nA?o chega a ser novidade, uma vez que conselhos jA? existem, e hA? muito tempo, em todos os A?mbitos e nAi??veis da administraAi??A?o pA?blica. Tais conselhos nA?o tA?m o poder de impor polAi??ticas, mas apenas o de ampliar a ai???participaAi??A?o popularai??? na gestA?o da coisa pA?blica, inclusive fiscalizando o trabalho dos gestores.
A novidade Ai?? a A?bvia intenAi??A?o do lulopetismo de usar seu poder hoje quase hegemA?nico para influir fortemente na estruturaAi??A?o desses conselhos ai??i?? que serA?o coordenados diretamente pelo PalA?cio do Planalto, por intermAi??dio da Secretaria-Geral da PresidA?ncia ai??i?? e manipulA?-los como instrumentos de pressA?o polAi??tica para consolidar e perpetuar essa hegemonia. Em outras palavras, por simples decreto revoga-se o dispositivo constitucional que consagra a representaAi??A?o popular nos A?rgA?os de soberania nacional, transformando os conselhos em centros de decisA?o atAi?? mesmo mais efetivos que o Congresso Nacional, eleito pelo voto universal.
Isso significa que, reeleita Dilma Rousseff, os petistas disporA?o de pelo menos quatro anos para montar nas entranhas da administraAi??A?o federal uma ampla estrutura de pressA?o polAi??tica capaz de garantir-lhes o exercAi??cio de um forte poder paralelo mesmo que venham a ser apeados do poder formal por decisA?o das urnas. Pela voz de seu entA?o lAi??der, Eduardo Campos, o movimento polAi??tico que hoje, por injunAi??A?o da ai???providA?ncia divinaai???, Marina Silva comanda jA? se havia posicionado claramente contra a mentira dissimulada na proposta petista. Em junho, Eduardo Campos reagiu duramente Ai?? iniciativa do Planalto, denunciando a incoerA?ncia entre ai???a palavra e a atitudeai??? de Dilma Rousseff: ai???Essa palavra e esse decreto nA?o tA?m nada a ver com o que o governo pratica no dia a dia.
Ai?? um governo fechado, que nA?o tem as portas abertas para o diA?logoai???. NA?o obstante, Marina Silva chegara a defender o decreto da PNPS e essa posiAi??A?o em certa medida foi levada em consideraAi??A?o no texto prAi??vio do programa de governo do PSB. Agora cabeAi??a de chapa e forAi??ada a harmonizar suas convicAi??Ai??es pessoais com as do partido que a hospeda, Marina recuou, justificando-se com o argumento de que o documento a que o Estado teve acesso Ai?? apenas preliminar. O PSB, como todo mundo, apoia o fortalecimento da democracia, mas nA?o quer ouvir falar do decreto de Dilma Rousseff. O candidato a vice, Beto Albuquerque cheap pills cephalexin chlamydia treatment , pessebista histA?rico, colocou o dedo na chaga: ai???A proposta de Dilma Ai?? diferente. VocA? nA?o pode me dizer que vai ter controle social sem me dizer quem vai controlar o eleito. Isso Ai?? muito perigosoai???. Melhor assim. exelon 3 mg price buy pills http://blightpro.com/?p=5107