Ministro diz que não nomeou Marinho
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O Globo
BRASÍLIA. Em nota, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, eximiu-se ontem de responsabilidade na nomeação de Maurício Marinho para chefiar o Departamento de Contratações dos Correios. Segundo a nota da Casa Civil, Marinho é funcionário de carreira concursado da Empresa de Correios e Telégrafos e foi escolhido para a função pelo diretor da área — na época, Antônio Osório, indicado do PTB. Ele pediu demissão após a divulgação de conversas sobre um esquema de corrupção na empresa.
A nota foi divulgada depois que o senador Cristovam Buarque (PT-DF) responsabilizou o ministro pela nomeação de Marinho. No texto, Dirceu afirma que deu opinião sobre o comportamento dos parlamentares petistas que assinaram a CPI, contrariando decisão do Diretório Nacional, porque é filiado ao PT e tem mandato de deputado federal, embora esteja licenciado.
Anteontem, Dirceu disse que os petistas que assinaram o requerimento deveriam sair do PT e procurar outra legenda, porque com esse comportamento fazem oposição ao governo Lula. Para Dirceu, o PT é um partido democrático mas não pode permitir o descumprimento de decisões partidárias.
— Lugar de quem faz oposição ao governo é na oposição, em outro partido, como foi o caso daqueles que fundaram o P-SOL e o PSTU. Não tem como conviver mais dentro do PT — disse anteontem Dirceu, deflagrando as ácidas críticas de petistas.
De Tóquio, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), reagiu com ironia às ameaças de punição aos petistas que assinaram o requerimento para abertura da CPI.
— Agora estão achando aquilo que estou falando há tempos — disse ele, numa crítica ao líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).
O ministro da Educação, Tarso Genro, criticou abertamente os parlamentares do PT que apoiaram a CPI e disse que o partido deve avaliar se é o caso de aplicar punições.
— Foi lamentável. Os deputados (do PT) não tiveram solidariedade conosco no governo e agiram de forma ingênua ou arrogante — disse Tarso.