BRASÍLIA – O ministro da Saúde, José Gomes temporão, disse ontem (3) que os acidentes de trânsito são uma epidemia dramática no Brasil. A afirmação foi feita durante a instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro.
Segundo ele, os acidentes de trânsito são a terceira causa de morte no país, perdendo para as doenças cardiovasculares e o câncer.
“Entre 2002 e 2005, tivemos um aumento de 10% no número de mortes no trânsito. Isso significa que temos que repensar as estratégias, pois está aumentando a imperícia e a imprudência. Temos que melhorar, inclusive, os programas de educação”.
Para Temporão, além de campanhas educativas e preventivas, outra medida que poderia dar resultado é a restrição maior a bebidas alcoólicas. “A questão do acesso à bebida, do preço, da educação, do tratamento dos dependentes e da regulamentação da propaganda são medidas importantes”.
Na avaliação do ministro, a quantidade de acidentes reflete diretamente no setor de saúde. “Atualmente, R$ 20 bilhões são gastos com materiais, assistência médica e seguros. É um gasto muito grande para a sociedade”.
Diante dessa realidade, ele propõe que os recursos do DPVAT, seguro obrigatório que indeniza vítimas de acidentes causados por veículos, sejam repassados diretamente à saúde.
“Hoje, 98% dos acidentados vão parar nos hospitais públicos, e o sistema público de saúde não vê a cor do dinheiro do DPVAT, que deveria estar financiando esses tratamentos”.
Quem também defende a destinação maior de recursos para ações preventivas é o coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito, deputado Beto Albuquerque (PSDB-RS).
“Queremos dos governos, dos estados e da União a aplicação de recursos originários das multas de trânsito em programas inclusivos e educativos, desenvolvidos ou não por entidades governamentais, que ajudem o cidadão a tomar consciência”.
Segundo ele, nos próximos meses, a frente fará mobilizações nos estados e prefeituras para reverter a “escalada de morte” causada pelos acidentes. “Todos os dias, 100 brasileiros morrem em um acidente de carro. A apatia com esses números tem que acabar. Nós temos que nos revoltar, nos insurgir, agir para superar isso”.
