Na busca pela conscientização
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Diário da Manhã – Passo Fundo, 14/02/2008
O deputado federal Beto Albuquerque continua a sua luta para garantir a aprovação da Lei Pietro, como é chamado o projeto que cria a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. Nesta semana ele esteve com o presidente do Senado, José Sarney, para pedir que seja agilizada a votação do projeto. Ele foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 4 de fevereiro, e imediatamente batizada pelo presidente Michel Temer de Lei Pietro. O projeto prevê que, anualmente, a semana de 14 a 21 de dezembro seja dedicada à mobilização e esclarecimento a respeito do banco nacional de doadores de medula e de como fazer parte do mesmo. Sarney disse que o projeto terá prioridade total.
Durante estes últimos dias Albuquerque tem relatado a inúmeras pessoas o drama vivido por ele e sua família ao longo de 14 meses na tentativa de salvar o filho Pietro, de 19 anos, acometido de leucemia mielóide aguda, que veio a falecer no dia 3 de fevereiro. Há muito tempo, Beto tem trabalhado com o objetivo de solicitar a todos os brasileiros para que se cadastrem como doadores. Em entrevista à Rádio Diário da Manhã AM nesta sexta-feira, ele agradeceu a todos que tem auxiliado-o a seguir e a superar a dor da perda do filho. Em sua opinião, deveria ser proibido inverter a ordem natural da vida, ou seja, que os filhos morram antes dos pais. "Isso é um absurdo em termos de dor. Mas na lógica da vida não podemos comandar. Eu fico raciocinando esta tragédia que me retirou um menino de 19 anos, bonito inteligente, e aí me bate o desespero, porém, preciso continuar o resto da minha. Eu tento imaginar a passagem do Pietro no sentido de que esse menino era especial e foi chamado por quem manda na vida, para cumprir uma tarefa relevante e seguramente, ele vai nos proteger. Eu continuo minha jornada, somente com 10 jogadores porque eu perdi um, mas não posso parar a minha missão e na pior das hipóteses eu tenho que continuar realizando coisas para retribuir todo o carinho da sociedade", desabafou.
Segundo Beto uma de suas primeiras metas é fazer com que aumente o cadastro de doadores de medula óssea. Há mil novos casos de leucemia por ano no RS e 10 mil em todo o país. "Então é uma doença que tem avançado e a ferramenta para a metade dos casos é uma doação de medula que depende da voluntariedade de cada um de nós. A doação precisa aumentar porque senão outros viverão isso que eu vive", disse. Segundo Beto, hoje há 2.400 pacientes com leucemia no Brasil aguardando um doador. É muito difícil achar um compatível e por isso, o sofrimento dos familiares só aumenta. E se demora, explica, a saúde do doente vai fazendo com que ele fique fraco e não aguente. A Lei Pietro prevê uma mobilização nacional para que aumente o número de doadores. "O que queremos é despertar um sentimento que nos é próprio: o da solidariedade. Mas para isso as pessoas têm que saber como funciona a doação de medula", salientou.
Doação
Para se tornar doador basta retirar uma pequena quantidade de sangue (10 ml) e preencher uma ficha com informações pessoais. O sangue passará por exame de histocompatibilidade (HLA), teste de laboratório para identificar características genéticas que possam influenciar no transplante. O tipo de HLA será incluído em um cadastro nacional e quando aparecer um paciente a compatibilidade será verificada. Se você for compatível com o paciente, outros exames de sangue serão necessários. Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir quanto à doação. Seu atual estado de saúde será então avaliado. Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar Medula Óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, através de punções e se recompõe em apenas 15 dias.
Lei Pietro
Institui a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, que será realizada, anualmente, de 14 a 21 de dezembro. Durante a semana serão desenvolvidas atividades de esclarecimento e incentivo à doação de medula óssea e à captação de doadores. As ações, atividades e campanhas publicitárias devem envolver órgãos públicos e entidades privadas a fim de informar e orientar sobre os procedimentos para o cadastro de doadores, a importância da doação de medula óssea para salvar vidas e sobre o armazenamento de dados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).
"Eu continuo minha jornada, somente com 10 jogadores porque eu perdi um, mas não posso parar a minha missão e na pior das hipóteses eu tenho que continuar realizando coisas para retribuir todo o carinho da sociedade", Beto Albuquerque