Não temos medo de CPI. Estamos tranqüilos’, diz Lula no vôo para Seul

May 24 2005
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O Globo

O Globo, 24/05/2005
Não temos medo de CPI. Estamos tranqüilos’, diz Lula no vôo para Seul
ESCÂNDALOS EM SÉRIE: Governo ainda tenta barrar investigação no Congresso

Vice-líder afirma que quem apoiou comissão não será tratado a pão-de-ló

SEUL (Coréia do Sul). No vôo para Seul, onde chegou ontem às 23h50m (11h50m no horário de Brasília), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos parlamentares da comitiva presidencial à Coréia do Sul e ao Japão que o governo não teme a CPI dos Correios:

— Não temos medo de CPI. Estamos tranqüilos e não temos por que ficar acuados — disse Lula, segundo relato do vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS).

O assunto foi provocado pelo deputado João Caldas (PL-AL), quarto-secretário da Mesa da Câmara. Lula reiterou que as denúncias de corrupção nos Correios estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e que não haveria necessidade de CPI.

Durante o café da manhã no avião, foi detalhada a estratégia dos aliados para esvaziar a CPI. Ministros políticos como Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), Eunício Oliveira (Comunicações), José Dirceu (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento) não estão na comitiva à Ásia. A orientação foi para que todos permanecessem em Brasília para atuar junto a suas bancadas.

— Vamos para a ofensiva. Guerra é guerra e vamos saber quem são os inimigos. Não podemos tratar os inimigos a pão-de-ló — disse Albuquerque, reproduzindo o clima da conversa com Lula.

Sobre o fato de petistas terem assinado o pedido de CPI, Lula disse que muitos parlamentares que sobem à tribuna para criticar o governo deveriam passar pelo Executivo para ter a noção de como é difícil governar.

Segundo o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), que integra a comitiva, o presidente falou sobre uma possível reeleição:

— O presidente disse que qualquer um que planeja se reeleger tem que pensar em duas questões: ir para o segundo mandato certo de que pode fazer melhor e não fazer qualquer acordo espúrio para chegar lá — contou.