Novo presidente da Câmara será eleito na quarta-fe
- Posted by: Ass. Imprensa
- Posted in Beto na Mídia
- Tags:
ReutersReuters, 22/09/2005
Novo presidente da Câmara será eleito na quarta-feira
BRASÍLIA – A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados está marcada para quarta-feira às 10h, segundo decisão tomada em reunião do colégio de líderes dos partidos com o presidente interino José Thomaz Nonô (PFL-AL).
Nonô assumiu a presidência da Câmara depois que o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) renunciou ao cargo e ao mandato, na quarta-feira, em função das denúncias de recebimento de propina.
Se nenhum dos candidatos conseguir o mínimo de 257 votos, a eleição terá segundo turno no mesmo dia, às 18h.
Os partidos têm até às 18h de terça-feira para definir os candidatos que vão disputar as eleições. Até lá, o cenário da disputa segue indefinido com o lançamento de diversos candidatos.
O PFL, junto com PSDB, articula-se para conseguir manter Nonô no cargo. Para isso, o partido afirma que o PT, diante da crise política, não deveria lançar candidato próprio.
"Precisamos de alguém independente em relação aos outros poderes", defendeu a jornalistas o líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA).
O PT, por sua vez, resiste a deixar o cargo nas mãos do PFL, partido de oposição ao governo. Para tentar evitar que se repita a derrota sofrida em fevereiro, quando Severino foi eleito, o partido lançou o nome do atual líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
"O PFL insiste em manter o PT, maior partido da Câmara, sem cargos na Mesa Diretora. Queremos impedir que a eleição transforme a presidência em espaço para a oposição contra o governo do presidente Lula", disse a jornalistas o líder da legenda deputado Henrique Fontana (SP).
Embora o prazo seja curto, o governo ainda articula para escolher um novo nome que represente a base de sustentação, que não seja do PT e que não tenha carimbo de governista, disse um parlamentar ligado ao Planalto.
O PMDB também mantém o nome de Michel Temer (SP) para a disputa, conforme decisão tomada em reunião da bancada na quarta-feira. O candidato, entretanto, sofrerá resistência.
EQUILÍBRIO
Parte do PFL acredita ser inviável a eleição de Temer por considerar que o partido já está muito poderoso. O PMDB detém atualmente a presidência do Senado, com Renan Calheiros (AL), e poderá ficar com a vice-presidência da República caso se concretize a filiação de José Alencar à legenda.
Além disso, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, era filiado ao partido até assumir uma cadeira no STF e pode voltar à legenda para disputar as eleições de 2006. O PT faz coro à ponderação do PFL.
"Não é um bom nome quando se busca o equilíbrio da Casa", argumentou Fontana, citando a presença de Renan no Senado.
Outros partidos como PSB, PP e PL seguem afirmando que inscreverão representantes. O líder do PSB, Renato Casagrande (ES), lançou Beto Albuquerque (RS). Já o PP indicou Francisco Dornelles (RJ) e o PL, o deputado João Caldas (AL).
ESPAÇO PARA ALIADOS
O PTB fechou com o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (SP). Com a iniciativa, o partido defende que o PT abra espaço para as agremiações aliadas.
"Até terça-feira, teremos longos dias pela frente", disse José Múcio (PTB-PE), que defende a realização de um debate público entre todos os candidatos.
Raul Jungman (PE), vice-líder do PPS, afirma que seu partido ainda não se definiu por um nome. Mas, de antemão, critica o posicionamento do PT de manter candidatura própria.
"O PT está repetindo o erro anterior. Ele não aprendeu nada com a lição", disse.
O PT foi para a disputa dividido entre os deputados Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG), o que acabou levando à eleição de Severino.
Para Jungman, os partidos estão preocupados em discutir nomes, mas se esquecem de discutir propostas que possam contribuir para um melhor funcionamento da Câmara
"Temos de ter menos candidatos e mais programas. Temos muitos nomes, pouco tempo e pouco juízo", afirmou.
PPS, PDT, PV, PSB e Prona fazem reunião nesta tarde para definir um nome para a sucessão.
O entendimento dos líderes é que a disputa seja feita de forma simples, sem a distribuição de materiais de campanha como cartazes e folderes, como a realizada em fevereiro.
"Estamos apreciando projetos que simplificam as campanhas eleitorais em todo país e a da Câmara tem que dar o exemplo agora", defendeu Casagrande.
(Por Áureo Germano)