Oposição tenta, mas CPI do Apagão Aéreo não decola
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Brasília – Depois de muito bate-boca, xingamento e até ameaça de agressão física entre os deputados, o governo atropelou a oposição e conseguiu aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara o recurso do PT que suspende a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo. Com participação decisiva do PMDB, o Planalto obteve o placar de 39 votos contra 20 e o recurso deve ser levado à votação hoje mesmo no plenário da Câmara.
Na CCJ a base aliada agiu praticamente fechada com o Executivo, que obteve todos os votos. A dissidência ficou restrita aos dois representantes do PDT, Sérgio Brito (BA) e Wolney Queiroz (PE), e ao líder do PV Marcelo Ortiz (SP). No PFL foram dez votos contrários, enquanto no PSDB registrou seis. O líder do PPS Fernando Coruja (SC) decidiu contrariar o recurso.
Jogo
Para conseguir aprovar o recurso, a União não mediu esforços e lançou mão da mesma tática da oposição: obstruiu as votações do plenário da Câmara.
Beto Albuquerque (PSB-RS) diz que "Não tinha sentido ficarmos a tarde inteira batendo boca no plenário sem votar o recurso na CCJ. Por isso decidimos usar a mesma estratégia da oposição e derrubar a sessão do plenário e ir para a CCJ votar."
Tumulto
Na tumultuada sessão da CCJ o principal alvo da oposição foi o presidente da comissão Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Os oposicionistas o chamaram de golpista sob a alegação de que sua condução dos trabalhos beneficiou o governo. Picciani reagiu e acusou Antônio Carlos Magalhães Neto e o líder da minoria Júlio Redecker (PSDB-RS) de serem levianos. "Isso é golpe", afirma o pefelista, quando o presidente da CCJ aprovou em votação simbólica requerimento que colocava o recurso do PT em votação.
A reação de Redecker foi mais virulenta: ele ameaçou agredir fisicamente Picciani. "Peça desculpas. O senhor não tem autoridade para chamar nenhum deputado de leviano", grita o tucano, que se levantou e partiu em direção ao presidente da CCJ. Foi contido pelo deputado Sérgio Carneiro (PT-BA). "Apenas pedi para que não cometessem leviandades. Se houve alguma ofensa, eu retiro a palavra leviandade. Mas não tenho medo de cara feia nem de ameaça", afirma Picciani, momentos antes de suspender a sessão da CCJ, no meio da tarde.