PF é tropa de elite do combate às fraudes
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Zero Hora – Porto Alegre
As megaoperações da Polícia Federal (PF) se tornaram a carta de apresentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva no combate à corrupção.
Nos últimos três anos, sob a orientação do diretor Paulo Lacerda – responsável pelas investigações do caso PC Farias durante o governo Fernando Collor (1990-1992) -, foram presas 1.219 pessoas, das quais 287 funcionários públicos.
Lula tentou convencer os líderes dos partidos no Congresso a desistir da criação da CPI dos Correios com o argumento de que as irregularidades passariam a ser investigadas com zelo pela PF.
– Nenhum governo desmantelou tantas quadrilhas quanto este por meio da PF. A Polícia vai investigar a fundo o que uma CPI não resolve – diz o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB).
A PF se vale de práticas de investigação para desarticular quadrilhas, como na Operação Vampiro, que investigou esquema de fraudes no Ministério da Saúde. Empresas, servidores públicos e lobistas davam continuidade a uma esquema de corrupção em plena Esplanada dos Ministérios. Até o homem de confiança do ministro da Saúde, Humberto Costa, o então coordenador-geral de recursos logísticos Luiz Cláudio Gomes da Silva, foi preso à época.
O saldo final dessas ações, entretanto, ainda não é contabilizado em condenações. O subcontrolador-geral da União, Jorge Hage Sobrinho, reconhece que a Justiça é lenta, mas argumenta que há outras formas de punição, como o afastamento do cargo e mesmo o corte das aposentadorias de funcionários envolvidos em irregularidades.
Foro privilegiado dificulta investigação de autoridades
Em alguns casos, no auge da investigação, os policiais esbarram em autoridades que contavam com foro privilegiado, como ministros, que só podem ser investigados com aval do Supremo Tribunal Federal (STF).
– O PT sempre criticou o foro privilegiado, mas, no governo, aumentou a lista de pessoas que têm esse privilégio – critica um procurador, referindo-se ao status de ministro concedido ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que mesmo assim será investigado no Supremo.
Na questão da investigação, quebra de sigilos e escuta telefônica são algumas das armas utilizadas pela PF. O maior problema, porém, ainda é a falta de pessoal. A PF, assim como a Controladoria-Geral da União, reclama da carência de mão-de-obra.
– Trabalhamos em uma linha de montagem. Hoje, há uma fila de casos – reconhece um delegado da PF.
Especialistas ouvidos por Zero Hora apontaram receitas para debelar práticas que possam resultar em irregularidades administrativas: