Planalto ajuda Luizianne a viabilizar reeleição

Aug 21 2007
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Ceará Agora, 21/8/2007

O presidente Lula autorizou que os ministros liberem recursos para a administração da prefeita Luizianne Lins. Lula quer reeleger Luizianne e já decidiu articular pessoalmente para viabilizar um novo mandato para a prefeita petista de Fortaleza. Além dos R$ 300 milhões do PAC autorizados por Lula, a prefeita Luizianne Lins irá ter o apoio presidencial para impedir o surgimento de candidaturas no campo da esquerda. Assim, Lula quer que PCdoB, PDT e PSB apóiem a reeleição de Luizianne. A Frente de Esquerda formada por esses partidos com o objetivo de apoiar a eleição do deputado Ciro Gomes à presidência em 2010, em suas reuniões, sequer inclui Fortaleza como prioridade. Isso retrata que a Frente de Esquerda não quer trombar com o presidente Lula, daí fazer a vontade dele e apoiar a reeleição de Luizianne Lins. A ajuda de Lula mostra como a política é dinâmica. Em 2004, Lula trabalhava para impedir a candidatura de Luizianne porque defendia o nome de Inácio Arruda. Mal se passaram três anos, e hoje o mesmo Lula negocia para facilitar a conquista de um novo mandato para Luizianne. Confiante de que se reelegerá mesmo com a forte oposição do senador Tasso Jereissati, a prefeita Luizianne Lins está em Brasília onde participa de encontro com o PT e pressiona o Governo Federal para acelerar seus processos visando transformar Fortaleza num canteiro de obra no seu último ano de mandato da primeira administração. Leia mais sobre Eleições 2010 e a Frente de Esquerda em matéria do Blog dos Blogs, do IG:

Bloco de Esquerda terá dificuldades para montar as chapas de 2008

O chamado Bloco de Esquerda é um agrupamento de partidos que apóiam o governo e se juntaram para fugir do poderio sempre exercido pelo PT nesse campo. PSB, PCdoB, PDT, PRB, PMN e PHS sonham em marchar juntos em todo o país, nas próximas eleições municipais, para acabar de vez com a hegemonia do antigo aliado. E, quem sabe, forçar a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente da República, à revelia do que desejam os petistas.

No papel, o sonho é perfeito. Juntos, esses seis partidos têm candidatos próprios – e em condições de elegibilidade! – em praticamente todas as capitais do país. Mas o que antes se mostrava como uma vantagem agora está-se afigurando como um problema.

Vejamos o caso do PCdoB. A direção nacional do partido está apostando quase todas as suas fichas na candidatura do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo a prefeito de São Paulo. No Rio, a ex-deputada Jandira Feghali também é tida como uma forte pré-candidata, assim como, em Belo Horizonte, outra comunista, a deputada federal Jô Moraes, também já está com seu nome na rua. E em Porto Alegre, um nome fortíssimo é o da deputada federal Manuela D’Ávila.

É praticamente impossível que os demais partidos do bloco de esquerda abram mão de candidatos em todas essas capitais para o PCdoB, assim como será muito difícil para os comunistas desistirem de candidaturas em, digamos, duas ou três dessas quatro capitais.

Procurado pela coluna, o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, diz claramente: “Nós vamos ter que negociar um sistema de compensações. Quem tiver a cabeça de chapa numa capital importante, provavelmente, terá de abrir mão para o aliado em outra”.

No Rio, por exemplo, o PRB tem uma de suas poucas grandes chances: o senador Marcelo Crivella. Vai ser difícil convencer o partido a deixar a vaga para Jandira. E vice-versa. Em São Paulo, Aldo concorre com dois nomes de altíssima expressão em seus partidos: Paulo Pereira da Silva, do PDT, e Luiza Erundina, do PSB. Em Belo Horizonte, Jô Moraes está acossada também por um nome de expressão nacional no PDT, o deputado federal Sérgio Miranda. E em Porto Alegre quem concorre com Manuela dentro do bloco de esquerda pela candidatura à prefeitura é simplesmente o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB).

Roberto Amaral dá uma de otimista. Argumenta que é melhor ter muitos candidatos do que não ter nenhum, e que no devido momento “tudo vai-se resolver”. Mas deixa escapar sua apreensão quando sentencia: “Só não podemos deixar que as candidaturas se imponham agora, tão cedo assim. Isso pode implodir as alianças”.

Alguém precisa dizer a Amaral que os candidatos já estão na rua.