Estado de São Paulo, 05/05/2004 Planalto apela a líderes para manter mínimo
DENISE MADUEÑO e JAMES ALLEN
Ministro cobra responsabilidade com equilíbrio das contas e já ganhou apoio do PDT
BRASÍLIA – O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, pediu aos líderes da base que mantenham o compromisso com o governo na votação da medida provisória que fixou o salário mínimo em R$ 260. Em reunião no Palácio do Planalto, Aldo apelou para a responsabilidade dos partidos em manter o equilíbrio orçamentário, segundo relato de presentes no encontro.
Segundo líderes, o ministro disse que o assunto do salário mínimo se esgotou no governo e que a Câmara deve tratar da questão com serenidade. Se houvesse fonte de receita, o governo Lula teria dado aumento maior, afirmou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara, depois da reunião.
O líder do PPS na Casa, Júlio Delgado (MG), disse que não há sentido propor outro valor para o mínimo, se não houver brecha orçamentária. Hoje, essa possibilidade é muito difícil, completou.
A dificuldade de achar fontes que financiem o aumento do valor do salário mínimo fez com que partidos adversários do governo admitissem apoiar a aprovação da MP que trata do assunto sem alterações e que deve ser relatada na Câmara pelo petista Virgílio Guimarães (MG).
Peres – Esse é o caso da bancada do PDT no Senado, que decidiu apoiar o texto enviado pelo governo, aumentando de R$ 240 para R$ 260 o valor do mínimo. A decisão foi anunciada ontem pelo líder da bancada, senador Jefferson Peres (AM). Segundo ele, os senadores pedetistas só vão mudar a sua posição se for apresentada alguma fonte para o financiamento de um salário maior.
A MP assinada pelo presidente Lula concede ao mínimo um reajuste nominal de 8,33% e um aumento real (acima da inflação) de 1,21%. Peres disse que a bancada do PDT estaria disposta a abrir mão dos recursos das emendas dos parlamentares, de cerca de R$ 1,5 bilhão no total, para conceder mais R$ 10 de aumento.
Para o líder do PDT, o Congresso e o governo podem encontrar formas de combater a informalidade no mercado de trabalho, para aumentar a arrecadação da Previdência e resolver o problema do salário mínimo de forma permanente.
