Plenário vota hoje cassação de João Paulo
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Correio Braziliense, 5/4/2006
O resultado do processo de cassação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que será votado no plenário da Câmara nesta quarta-feira, é uma incógnita mesmo para o mais informado dos parlamentares. Na Casa, ninguém quer apostar qual será o destino de João Paulo: a cassação ou a absolvição.
O próprio relator do processo de João Paulo no Conselho, deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) se diz “cético” em relação à cassação. Schirmer mostrou certo desânimo ao falar da votação de hoje. Apesar de seu relatório ter sido considerado devastador para João Paulo, o relator acha que boa parte dos deputados já não está dando importância para a opinião pública e muito menos para os relatórios do Conselho de Ética. “Estou bastante pessimista”, afirmou. João Paulo é acusado de ter recebido R$ 50 mil de Marcos Valério e de ter mentido à CPI e ao conselho.
Nesta terça-feira, João Paulo circulava tranqüilamente pela Casa. Ao entrar no plenário, recebeu cumprimentos e apoio de vários deputados. Mas não quis comentar o processo de hoje. “Não dá para saber. Estou conversando muito, mas aqui as coisas mudam muito rápido. Não tenho como prever nada”. O deputado afirmou que só vai comentar o processo depois de passada a votação e, hoje fará sua defesa no discurso. “Não será nada bombástico”, garantiu.
Na onda de absolvições patrocinada pelo plenário nas últimas semanas — apenas três deputados foram cassados enquanto sete já foram absolvidos — as chances de João Paulo escapar aumentaram. Logo depois da apresentação do relatório, parlamentares consideravam sua situação difícil. Mas, como ficou provado com as últimas absolvições, os parlamentares têm dado pouca importância ao que diz o conselho.
Conta a favor de João Paulo sua boa relação com os deputados, especialmente os do chamado baixo clero — parlamentares de pouca expressão —, conquistados na época em que era presidente da Câmara. Nas últimas semanas, o deputado tem se dedicado a conversar com todos os colegas que ele consegue encontrar, até aqueles claramente contrários a sua absolvição.
Do outro lado, joga contra o deputado a imagem de que ele é um dos “peixes grandes” e pode ser cassado porque tem visibilidade, assim como os ex-deputados José Dirceu e Roberto Jefferson. “Vai ser uma briga feia. João Paulo é peixe grande, não dá para saber o resultado”, disse o vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS).