Ponto de Vista: Alternativa à ponte do Guaíba
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Diário Popular – PelotasDiário Popular – Pelotas, 25/3/2006
Ponto de Vista: Alternativa à ponte do Guaíba
Nos próximos cinco anos, atravessar a ponte móvel do rio Guaíba, principal ligação do norte e da região metropolitana com o sul do estado, será cada vez mais difícil. Essa tendência será determinada pelo aumento do fluxo de veículos nas BRs 116 e 290 e de navios pelo rio, devido à ampliação do Pólo Petroquímico de Triunfo. A situação se agravará ainda mais com a ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini, a duplicação da BR-101 e a construção da rodovia do Parque, além das novas vocações produtivas do sul do estado, como o florestamento.
Como secretário estadual dos Transportes, coordenei entre 2001 e 2002 a elaboração do Plano Integrado de Transporte – PIT, cujo diagnóstico apontou, já naquele tempo, a ponte móvel do Guaíba como um dos principais gargalos para o transporte no estado. O trabalho foi encaminhado à Assembléia Legislativa, onde até hoje aguarda votação. No último dia 20, com base também em estudos atualizados, discutimos com os diversos setores econômicos, políticos e sociais do estado uma proposta alternativa à ponte atual, inaugurada em 1958.
Na Comissão de Infra-estrutura da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), apresentamos um projeto de construção de uma nova ponte, com vão fixo e altura de 40 metros, que permitirá a passagem livre de navios. Com 2,5 mil metros de extensão e duas pistas, a ponte ligaria a rua Dona Teodora, no começo da free-way, à BR-116, na direção da região Sul do Estado. O investimento previsto é de R$ 337 milhões.
A obra é absolutamente necessária, pois oferecerá melhores condições de tráfego aos cerca de 10,2 milhões de veículos que utilizam o trecho a cada ano. Atualmente, o vão é içado, em média, três vezes por dia, o que tem provocado paralisações de até 15 horas por mês. O prejuízo é enorme para a economia e a vida das pessoas. A ociosidade dos caminhões à espera do içamento gera um custo econômico de R$ 124 milhões anuais. Ou seja, em pouco mais de três anos de uso a nova ponte estaria paga.
O primeiro passo foi dado. É preciso agora decidir como construí-la. O investimento pode ser assumido pela concessionária do trecho, a Concepa, por parceria público-privada ou pelo governo federal. No primeiro caso, evidentemente, sem que implique nova praça de pedágio ou reajuste de tarifa, podendo ser resolvido com ampliação do prazo de concessão.
A construção da nova ponte é imprescindível para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, por isso, devemos empregar toda ousadia e capacidade empreendedora no momento em que se busca uma solução para esse grave impasse.
Beto Albuquerque
Deputado federal, ex-secretário estadual dos Transportes