PP e PSB reivindicam maior espaço no governo
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Jornal do Commércio – PernambucoJornal do Commércio – Pernambuco, 8/11/2006
PP e PSB reivindicam maior espaço no governo
BRASÍLIA – A montagem de um ministério que atenda à fome dos potenciais partidos que formarão a base política aliada do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva custará caro para o governo – ou, no mínimo, provocar uma grande dor de cabeça na montagem. Sem nenhuma cerimônia, PP e PSB seguiram ontem os passos do PMDB e também reivindicaram espaço muito maior na nova equipe de Lula, se comparado ao que têm hoje.
O PTB, que ao contrário dos outros, encolheu na eleição do dia 1º, também quer manter a parte da legenda no segundo mandato. O líder da sigla na Câmara, José Múcio (PE), levou ontem a Lula “apoio à governabilidade”, garantia de fidelidade de 97% dos 23 deputados eleitos e a insinuação de que a permanência do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, será bem-recebida pela nova bancada. “Ninguém desconhece que o ministro Mares Guia mudou o turismo no Brasil”, afirmou Múcio.
Já o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), foi transparente ao dizer o que o partido deseja. “Vamos reivindicar o nosso espaço. Vamos querer ampliar”, afirmou. Atualmente, a legenda tem o Ministério das Cidades. Negromonte disse que a sigla tem interesse em manter a indicação para o ministério e ainda obter os da Integração Nacional e dos Transportes, gigantes da infra-estrutura desejados por todos.
O PSB, por sua vez, tem hoje o Ministério da Ciência e Tecnologia. Quer mais. A legenda apresenta como contrapartida a fidelidade. “Nós achamos que merecemos espaço maior porque sempre fomos fiéis, elegemos 27 deputados e três governadores no Nordeste (de Pernambuco, Eduardo Campos, do Rio Grande do Norte, Vilma Faria, e do Ceará, Cid Gomes)”, disse o vice-líder Beto Albuquerque (RS), que acumula também a função de vice-líder do governo. “Nós sempre fomos fiéis, ao contrário desses outros partidos, que vivem pipocando, prometendo apoio e votos, mas não os têm.” As palavras de Albuquerque vão de encontro às do presidente licenciado do PSB e governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos, que, em encontro com o presidente Lula, na semana passada, confirmou o apoio da legenda ao governo, e afirmou que não queria cargos.
Em meio às articulações para a composição do ministério, um grupo de ministros da coordenação de governo articula um movimento de demissão coletiva, no início de dezembro, com o objetivo de deixar o presidente Lula à vontade para compor a equipe do segundo mandato. Na prática, trata-se de um gesto simbólico para que Lula não se sinta constrangido a promover as mudanças que julga necessárias.