Pressão por palanque único
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Correio Braziliense, 24/01/2008
Presidente diz a ministros que só participará da campanha para as eleições em cidades onde os partidos aliados tiverem o mesmo candidato
O primeiro escalão ouviu do presidente que deve evitar declarações polêmicas na disputa municipal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou ontem, na primeira reunião ministerial deste ano, a disposição de só subir em palanques nas próximas eleições municipais de campanhas em que os partidos da base do governo no Congresso estejam unidos. Caso contrário, sinaliza que não fará qualquer manifestação a favor de candidatos.
Como fez em jantar com deputados no fim do ano passado, Lula disse ainda que só sairá a campo se o concorrente da oposição não contar com o apoio de nenhuma legenda aliada. Com o recado, o presidente mostra disposição para fazer campanha e tenta usar sua força política para manter a base de apoio unida nas eleições. Deixa claro que trabalha apenas com dois cenários. Em um deles, os governistas marcham juntos, com candidato único, nos principais municípios do país, hipótese que é considerada remota.
No outro, os aliados até competem entre si, mas mantêm uma convivência pacífica, a fim de evitar fissuras. "O presidente voltou a falar sobre a importância de a base construir unidade, especialmente nas cidades mais importantes", disse o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). "Ele enfatizou que será mais fácil participar da campanha onde a aliança estiver consolidada", acrescentou. "Não havendo unidade, o presidente respeitará as questões locais, respeitará os problemas de cada estado, de cada cidade, de cada município", afirmou o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
Perdas
Na reunião de ontem, Lula evitou falar da provável saída de ministros que pretendam concorrer às eleições. "Isso ficou para depois", afirmou Múcio. O presidente sabe que pode perder pelo menos dois subordinados este ano: Luiz Marinho (Previdência Social) e Marta Suplicy (Turismo). O primeiro é dado como certo na briga pela prefeitura de São Bernardo. Já Marta ainda avalia se será ou não candidata em São Paulo.
Lula também se preocupa com a postura dos demais ministros durante a campanha. Quer impedir declarações polêmicas e disputas dentro de sua equipe ministerial. Avalia que, hoje, dificilmente haveria unidade nas principais capitais do país. Em Salvador, por exemplo, o PMDB quer emplacar a reeleição de João Henrique, enquanto PT e PSB articulam um nome de esquerda.
O cenário é bem pior em Porto Alegre. PT, PSB, PMDB e PCdoB estão totalmente divididos. Os peemedebistas trabalham para manter José Fogaça na prefeitura. O PT escolherá entre Maria do Rosário e Miguel Rosseto, o PCdoB lançará Manuela D'Ávila, e o PSB ensaia com Beto Albuquerque.
Em São Paulo, o PT sonha com Marta, enquanto PSB, PCdoB e PDT negociam uma aliança entre as três legendas em torno de outro nome. E o PMDB flerta não só com partidos aliados do governo, como também com siglas de oposição. Setores da legenda defendem uma chapa com Geraldo Alckmin (PSDB). Outros não descartam apoiar o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM).