Gaúchos e catarinenses de 17 cidades tiveram ontem a oportunidade de assistir ao primeiro confronto entre candidatos às eleições municipais deste ano. Por ser o primeiro, realizado no dia seguinte ao término do prazo para a realização das convenções, serviu como uma espécie de apresentação dos candidatos aos eleitores. De um modo geral, pode-se dizer que foi um debate de nível elevado, no qual os candidatos evitaram as agressões pessoais e trataram de explicitar suas propostas para a administração das cidades. Na maioria das cidades, ninguém precisou pedir direito de resposta.
Uma prova do interesse dos gaúchos pelas questões políticas foi a abrangência dos encontros de ontem. Das 113 emissoras afiliadas da Rede Globo, 37 realizaram debates. Destas, 17 eram da RBS.
A RBS TV mobilizou 150 profissionais para garantir a transmissão simultânea de 12 debates no Rio Grande do Sul e cinco em Santa Catarina.
Pelo menos em Porto Alegre, a tão propalada nacionalização do debate eleitoral não vingou. O único a trazer à tona um tema nacional foi Jair Soares (PP), ao questionar Beto Albuquerque (PSB) sobre seu voto favorável ao salário mínimo de R$ 260 na Câmara. Beto escudou-se na Lei de Responsabilidade Fiscal e aproveitou para criticar os adversários que fazem promessas sem prestar atenção à situação financeira das prefeituras.
Por ser o primeiro encontro, cada candidato pôde não só expressar suas idéias, como sentir qual será o comportamento dos adversários. Isso explica a cautela da maioria, que respeitou os tempos, evitou provocações e abordou os temas sorteados ou escolhidos, como previam as regras previamente acertadas.
Quem ganhou o debate? O eleitor, que certamente saberá distinguir entre as propostas sérias e as promessas vãs, aquelas que se fazem sem nenhum compromisso com a realidade.
