PSB admite divergências na administração municipal

Sep 24 2005
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Diário da Manhã – Passo FundoDiário da Manhã – Passo Fundo, 24/09/2005
PSB admite divergências na administração municipal

Política – ENTREVISTA – Marcos Cittolin, Secretário Municipal do desenvolvimento 

Nove meses de governo se passaram e começam a surgir as primeiras divergências entre os cinco partidos políticos da base de sustentação do prefeito Airton Dipp. O presidente municipal e também secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcos Cittolin, diz que o principal desacordo do partido para com a coordenação política é em relação a apresentação da reforma administrativa. Segundo ele, as alterações de nomes, funções e endereços das secretarias deveriam estar sendo discutidas com a comunidade desde o início do ano. Cittolin acredita que o assunto terá grande repercussão social, por isso não poderia estar sendo tratado a “toque de caixa”, tendo em vista que o Executivo prevê a aprovação do Legislativo antes mesmo do recesso parlamentar, que inicia em 15 de dezembro. Essa questão e um acordo da base para lançamento de candidaturas a deputado estadual e federal, bem como senador, em 2006, estão sendo analisados em encontro do PSB, que começaram semana passada e seguem neste sábado, na sede do partido. Em entrevista ao Diário da Manhã, Cittolin confirma sua candidatura a deputado estadual e nega a possibilidade do PSB vir a deixar a base de sustentação do governo municipal.

DM – Porque o PSB está avaliando sua participação no governo municipal?
Citollin – Faremos encontros periódicos para avaliar a participação no governo municipal, ouvindo cada um dos 25 CCs do PSB, os dez que atuam em cooperativas e ainda os quatro representantes que estão no primeiro escalão da administração. Não estamos no governo municipal apenas por uma relação empregatícia, queremos cumprir nossa missão e contribuir, porque fizemos uma coligação fora do nosso campo de aliança. Queremos dar respostas para a população. Abrimos mão de estar na majoritária, já tinha o meu nome e ele foi retirado em prol da coligação, disputamos a vice e não ganhamos. Achamos que isso é o bastante mas queremos participar efetivamente e não apenas ocupar cargos. Fizemos a primeira avaliação mas agora seguimos ouvindo cada uma das pessoas que integra a administração. Não basta cumprir horário e receber salário, nossos representantes devem participar efetivamente. Depois montaremos um documento a ser entregue para o prefeito Airton Dipp, que será convidado a participar da última reunião.

DM – O PSB discorda da condução que está sendo dada pela administração?
Cittolin – Sim porque achamos que alguns programas que estavam no Plano de Governo já poderiam ter sido implementados, como a reforma política. Divergimos do método com ela foi apresentada e não das mudanças em si. O PSB tem posicionamento sobre a questões importantes, não estamos cobrando mas ponderando porque assumimos a administração com uma crise financeira e precisa de tempo para colocar em prática algumas medidas. Mas achamos por bem fazer esta avaliação agora. Não estamos no governo por situação oportunista, temos uma posição de lealdade. Houve pronunciamentos de secretários que não agradaram o PSB. Temos certeza e buscamos reconhecimento da base porque muitas vezes abrimos mão das vontades do partido em prol da coligação, um exemplo disso é que não temos representação na Câmara porque não estamos na majoritária. Toda nossa força política está à disposição dessa coligação, incluindo o deputado federal Beto Albuquerque. Queremos o reconhecimento dos demais partidos porque contribuímos e muito com a coligação. Não temos o menor problema com a majoritária, mas sim divergências na reciprocidade. Mesmo assim, é remota a possibilidade de deixar a base de sustentação.

DM – O cumprimento do trato da coligação de que o PV, PSB e PSDB teriam apoio do PDT e PP para candidaturas em 2006 preocupa o partido?

Cittollin – Não porque é natural a minha candidatura e do deputado Beto Albuquerque em 2006, com o apoio da coligação. Existem manifestações individuais de que o PDT teria candidato a deputado também, mas não estamos preocupados com isso porque acreditamos no acordo porque é um compromisso público. Eu fui candidato a senador e obtive 67 mil fotos, me considero um candidato natural para deputado estadual porque apenas em Passo Fundo foram 10 mil eleitores que votaram em mim.