PSB irritado com demora do Governo
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Correio do Estado, 17/4/2007
A decisão do Governo de jogar para frente a criação da Secretaria dos Portos começa a deixar impacientes os parlamentares do PSB. "Os ânimos estão fervilhando", disse ontem o vice-líder do Governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS). A secretaria foi a saída encontrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar mais um cargo do primeiro escalão aos socialistas, que perderam para o PMDB o Ministério da Integração Nacional. Mas até agora nada. E pior. A idéia provocou uma rebelião no PR, partido do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que perderia uma área importante de sua pasta. Diante da crise entre os aliados, o Governo deixou a secretaria em banho-maria. Aliado histórico do PT, o PSB não ficou satisfeito com a reforma ministerial, por ter ficado apenas com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Desde o início do segundo mandato do presidente Lula os socialistas têm prometido fidelidade ao Governo, mas insistido na tese de um "projeto de poder" para 2010, o que pode ser interpretado como a possível candidatura do ex-ministro da Integração Nacional e hoje deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República.
Os líderes do PSB na Câmara e do Senado, Márcio França (SP) e Renato Casagrande (RS), preferem adotar o discurso de confiança na palavra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo eles, garantiu que a secretaria será criada e ocupada pelo ex-ministro da Integração Nacional Pedro Britto.
A Secretaria dos Portos, se for criada, vai tirar do Ministério dos Transportes boa parte do Departamento de Programas de Transportes Aquaviários, ocupado desde 2003 por Paulo de Tarso Carneiro. Estão sob a administração federal 21 dos 40 portos públicos do País.
O PR do ministro Alfredo Nascimento não aceita a perda de poder e ameaça rachar a base governista e votar contra a MP da criação da secretaria, se ela for entregue ao PSB.
Na Casa Civil, a informação é de que a redação da MP de criação da secretaria não é complexa. A Casa Civil aguarda, porém, a "ordem" da Presidência da República.