PSDB e PFL Partidos oficializam chapa

Jun 01 2006
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Diário de CuiabáDiário de Cuiabá, 1/6/2006
PSDB e PFL Partidos oficializam chapa

A questão da ética e os problemas envolvendo aliados diretos do presidente foram destacados nos discursos de tucanos e pefelistas

Geraldo Alckmin, durante a formalização da aliança entre PSDB e PFL para as eleições de outubro

Os discursos na oficialização da chapa entre PSDB e PFL, com Geraldo Alckmin como candidato tucano à Presidência e o senador José Jorge (PFL-PE) como vice, revelaram que os partidos vão partir para o ataque ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha.

A questão da ética e os problemas envolvendo aliados diretos do presidente foram destacados nos discursos de tucanos e pefelistas.

A cerimônia foi marcada também pela ausência de figuras importantes dos dois partidos, como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), o ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) e o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL).

Alckmin acusou o governo Lula de fazer um aparelhamento do Estado ao reservar 12 ministérios a "derrotados" nas eleições de 2002. "É o governo da turminha."

Segundo ele, o governo Lula "andou para trás nos aspectos éticos" e fez toda "esta lambança que estamos vendo". "Diz o ditado que os fins justificam os meios. Mas, no caso deles, nem fim nobre existe, é a luta pelo poder."

O candidato tucano disse ainda que a única obra que ficará do governo Lula é o "band-aidão", referindo-se à operação tapa-buracos.

Alckmin disse ainda que se Lula ganhar as eleições "os próximos quatro anos poderão ser muitos piores pela falta de perspectiva".

Já o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), ironizou as justificativas do presidente Lula de que não tinha conhecimento do suposto esquema de corrupção envolvendo o governo, o chamado "valerioduto".

"Estamos lançando uma chapa de homens que assumem suas responsabilidades, que têm caráter. Quando alguém disser que está acontecendo algo no seu governo, eles não dirão que não sabia, que não tinham nada com isso", disse.

Tasso afirmou ainda que "tanto Alckmin quanto José Jorge não são nenhum Brad Pitt, mas são homens de caráter".

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que a eleição de Lula foi um grande equívoco. "É um moralista que presidiu o governo mais corrupto da história da República. Lula faz o tempo todo parecer que seu governo é bom quando é péssimo."

ADIAMENTO

Os presidentes do PT, PSB e PC do B adiaram para terça-feira o encontro que teriam ontem para começar a redigir a nova Carta ao Povo Brasileiro. O documento apontará os compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um eventual segundo mandato. Na ocasião também será discutida a aliança dos três partidos em torno da candidatura do presidente Lula.

O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) disse que a conversa de hoje foi adiada justamente porque o PSB ainda está fechando os dados para apresentar amanhã para o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

O secretário-geral do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), acrescentou que também houve problemas de agenda.

"Temos que fazer um bom inventário. São muitos os problemas nos Estados", afirmou Albuquerque. Ele cita sete Estados em que o PSB ainda espera o apoio do PT para que a coligação nacional seja fechada. São eles: Pernambuco, Amapá, Goiás, Maranhão, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.

O secretário-geral do PSB voltou a dizer que a vaga de vice não interessa ao partido. "Nós queremos é ter deputado federal. Nestas eleições isso é mais importante do que ter vice", afirmou Casagrande.

Segundo ele, o ex-ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), cotado para a vice, pode alcançar 300 mil votos, o que seria importante para o partido conseguir vencer a cláusula de barreira.