Quadro sucessório indefinido na Capital

Aug 09 2004
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Jornal do Comércio

Jornal do Comércio, 09/08/2004
Quadro sucessório indefinido na Capital

Apresenta-se ainda indefinido o quadro sucessório em Porto Alegre, como conseqüência dos resultados das últimas pesquisas de opinião. E isso pelo simples fato de que há um equilíbrio entre os números obtidos pelos candidatos da esquerda, como Raul Pont(PT), Beto Albuquerque(PSB) e Vera Guasso PSTU) – que juntos chegam a 40 pontos na intenção de voto -, com os concorrentes da oposição ao governo do PT, como José Fogaça (PPS), Vieira da Cunha(PDT), Jair Soares (PP), Mendes Ribeiro Filho(PMDB) e Onyx Lorenzoni(PFL), que também somados atingem 40%. Essa paridade nos números leva os analistas políticos a aguardar um pouco mais para ver o desenvolvimento da campanha eleitoral e se arvorar a apresentar prognósticos sobre os possíveis resultados do pleito. Justifica-se, assim, o otimismo registrado nas hostes petistas nos últimos dias, pelo crescimento da candidatura do ex-prefeito Raul Pont e de sua companheira de chapa, Maria do Rosário. Acontece que esta euforia pode ser prematura, pois o quadro deve sofrer alterações com os debates que serão apresentados pelas emissoras de rádio e televisão, pelo início da propaganda política e também pelos encontros promovidos por entidades de classe. Basta fazer-se uma comparação com os números obtidos nas eleições de 2000, quando a campanha atingia, no meio do mês de agosto, 48% para Tarso Genro, Alceu Collares chegava aos 17%, Yeda Crusius tinha 7%, e Germano Bonow fazia 5%. Era uma situação completamente diferente, mas assim mesmo o pleito foi para o segundo turno, quando Tarso Genro ganhou por boa margem. Contrapondo-se os resultados das pesquisas de 2000 com as da campanha atual verifica-se que hoje há uma disputa mais acirrada, com maior equilíbrio nos números, não se repetindo a grande vantagem do candidato petista, que pelos índices apresentados naquele ano quase ganhava o pleito no primeiro turno.