Quem paga é o contribuinte

Feb 11 2009
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O Nacional – Passo Fundo, 11/2/2009

Quem paga é o contribuinte. Os deputados federais gastam muito. Quem paga é o contribuinte. Levantamento exclusivo do Congresso em Foco mostra que, só no ano passado, a Câmara ressarciu os parlamentares em R$ 83,9 milhões por despesas feitas, por exemplo, com combustíveis, alugueis e divulgação dos mandatos. O valor representa um acréscimo de 7% em relação aos R$ 78,5 milhões registrados em 2007.

A julgar pelos gastos declarados, a atividade dos congressistas foi movimentada no ano passado. Ao longo do período, os deputados gastaram R$ 17,8 milhões em combustíveis. O valor é suficiente para se fazer mais de 17,2 mil viagens de Porto Alegre (RS) a Belém (PA), cuja distância mais curta é de 3.715 quilômetros; ou ir e voltar à lua 83 vezes, em um veículo que consuma um litro a cada dez quilômetros.

As despesas com combustíveis só são superadas pelas de locomoção – que incluem diárias, hospedagem e alimentação -, responsáveis pela maior parcela dos gastos: R$ 23,3 milhões. Com a quantia, cada um dos 513 parlamentares poderia se hospedar 113 vezes em um hotel cinco estrelas de Brasília com vista para o Lago Paranoá. O montante seria suficiente também para pagar por 58.385 noites nas suítes mais luxuosas da capital ao custo de R$ 400 a diária.

A verba indenizatória assegura a devolução de até R$ 15 mil mensais aos deputados, para gastos relativos ao exercício do mandato. Ao final de 12 meses, ajuda no custeio de até R$ 180 mil das atividades parlamentares. Os valores não gastos em um mês são cumulativos por até seis meses. Somadas, as despesas da Câmara com o benefício desde o início desta legislatura chegam a R$ 162,3 milhões.

Além de combustível e locomoção, o dinheiro também cobre despesas com divulgação do mandato, consultorias, aluguel de escritórios políticos, material de expediente, serviços de segurança e assinatura de publicações, TVs a cabo, internet e programas de computador.

Entre os deputados gaúchos o passo-fundense, Beto Albuquerque (PSB) foi o que menos gastou somando pouco mais de R$ 138 mil. A cota de R$ 180 mil até o último centavo foi gasta por Luis Carlos Heinze do PP e Paulo Roberto do PTB. Os demais em sua grande maioria beirou o limite de gastos.

Coluna Ana Luisa do Nascimento