Racha deve tirar Lula de palanques
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O Tempo, 29/10/2007BRASÍLIA – A menos de um ano das eleições municipais, os partidos da coalizão em torno do governo estão em guerra em várias capitais por causa do lançamento de candidaturas próprias para as prefeituras. Com isso, dificilmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará presente nas eleições de cidades importantes, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza e Recife.
Em São Paulo, apesar da divisão na base, Lula deverá participar da campanha, pois a tendência é repetir a disputa nacional, com polarização entre seus aliados e adversários. Se já é difícil conciliar os interesses dos partidos da aliança nacional, em Porto Alegre e Fortaleza é praticamente impossível. Na capita gaúcha, a disputa envolverá o PMDB do prefeito José Fogaça – que tentará a reeleição -, o PT, o PP e o bloco PSB / PC do B / PSB, todos partidos da base de Lula. Concorrem pela oposição o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni, e a deputada Luciana Genro (PSOL).
Na capital do Ceará, a briga entre aliados já levou a senadora Patrícia Saboya do PSB para o PDT. Vai enfrentar a prefeita Luizianne Lins (PT). Como o governador Cid Gomes (PSB) apoiou a prefeita, Patrícia trocou de legenda para sair candidata e poderá ter apoio, ainda que informal, do senador tucano Tasso Jereissati. O PSDB ainda estuda apoiar o ex-deputado Moroni Torgan (DEM).
"Em muitas cidades temos disputas inegociáveis entre partidos da base. O governo deve ter sabedoria onde há conflito para não trazer animosidades em nível nacional, o que seria o pior dos mundos", diz o deputado Beto Albuquerque (PSB), pré-candidato em Porto Alegre. Outros dois deputados disputam a indicação do bloco: Manuela D’Ávila (PC do B) e Vieira da Cunha (PDT). "Essas disputas são naturais. No primeiro turno, Lula deve ter muita reserva", avalia Albuquerque.
Imbróglio
Um capítulo à parte é no Rio. O PMDB está conflagrado por causa da decisão do governador Sérgio Cabral, aliado de Lula, de filiar o ex-tucano Eduardo Paes para enfrentar a candidata do prefeito Cesar Maia, deputada Solange Amaral (DEM). Os grupos do ex-governador Anthony Garotinho e do deputado estadual Jorge Picciani resistem. (Agência Estado)