Ruralistas sobem o tom em Esteio

Sep 08 2009
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Correio do Povo – Porto Alegre, 5/9/2009
Os produtores rurais subiram o tom das críticas à revisão dos índices de produtividade para fins de reforma agrária na abertura oficial da Expointer 2009, ontem, no parque Assis Brasil, em Esteio. Na tribuna oficial, sem representantes do governo federal, coube à presidente da CNA, Kátia Abreu, o discurso mais forte da cerimônia. Ela alertou que, diante da possibilidade de novas invasões pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), os produtores vão agir. 'Esperamos a proteção do Estado, mas não nos furtaremos de exercer o direito garantido pelo Código Civil Brasileiro de legítima defesa de posse.' Questionada sobre a forma que isso ocorreria, Kátia completou: 'Cada um tem seus meios de defesa'.

O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, que quebrou o protocolo e cedeu seu tempo para a senadora, disse que Kátia falou em nome da classe produtora. Sem a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, faltou o contraponto na questão. Para o vice-líder do governo federal na Câmara, Beto Albuquerque, não há justificativa para a ausência do primeiro escalão federal.

Nos bastidores, após uma semana marcada por constrangimentos, lideranças dos pequenos produtores avaliaram que Cassel preferiu evitar o embate direto com os ruralistas. Em seu discurso, o presidente da Fetag, Elton Weber, exaltou a representatividade da agricultura familiar nos negócios com máquinas e produtos na Expointer. Segundo o presidente do Simers, Claudio Bier, somente o setor deve chegar a R$ 600 milhões até o domingo, superando o recorde de R$ 383,5 milhões de toda a exposição passada. Para a governadora Yeda Crusius, a Expointer provou que a crise 'foi domada'. Para garantir a festa, a Brigada Militar foi rigorosa no isolamento.