Correio do Povo, 29/06/2004 Sarney e base aliada contra a convocação extraordinária
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB), reagiu ontem contra a convocação extraordinária do Congresso, em julho, que representaria gastos extras de R$ 15,2 milhões só com o pagamento de deputados e senadores. Para Sarney, a Câmara e o Senado devem promover uma semana de esforço concentrado no início de julho, a fim de votar os projetos considerados prioritários pelo Planalto e pelo Legislativo.
Na opinião de Sarney, a votação dos projetos poderá ser feita até o final da próxima semana, mesmo que para isso sejam realizadas sessões na segunda e na sexta-feira, dias que geralmente são dedicados à discussão em plenário. O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), também se posicionou contra a convocação, assim como a líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC). Cresce o movimento dos que querem fazer o presidente Lula pagar esse mico. Estão querendo impor esse desgaste ao presidente, disse Beto Albuquerque. Sarney participou de um jantar ontem à noite na residência oficial do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT), com Lula e com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, onde o assunto foi discutido.
