Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Alexandre Cittolin

Jun 14 2005
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O Nacional – Passo Fundo

O Nacional – Passo Fundo, 14/6/2005
Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Alexandre Cittolin

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Alexandre Cittolin, é o nosso entrevistado especial da edição deste final de semana. Titular dessa secretaria desde o início da administração Dipp/Corralo, Marcos Cittolin, pretende deixar a sua marca, através de um estilo de trabalho e de um ritmo que leve em conta a potencialidade e transforme isso em ação de desenvolvimento. Mesmo diante da crise, espera deixar uma gama de conquistas. O secretário já comemora grandes conquistas como a do Gás Veicular, a ampliação do terminal de passageiros do aeroporto, a possibilidade concreta da conquista de uma usina de biodiesel, a fase adiantada do Pólo de Software para exportação, dentre outros projetos. Confira a entrevista a seguir:

ON (O Nacional) – Faça uma avaliação dos primeiros meses de atuação junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e também da administração Dipp/Corralo.

MC (Marcos Cittolin) – Os primeiros meses foram de implantar um estilo de trabalho e de iniciar uma nova filosofia, baseada naquilo que foi oferecido como diferencial nas urnas, mas, principalmente, mostrar como é possível propor uma pauta de desenvolvimento em uma coligação plural, em que estão presentes várias matrizes ideológicas.
A administração Dipp/Corralo tem esta missão: mostrar que é possível fazer mais pela cidade, a partir da premissa de que a prioridade não é cada um, mas todos juntos. Com essa nova postura, inicia-se uma nova fase, assumindo uma posição de vanguarda regional, em um espírito de complementariedade com os outros municípios da região e não de disputa.
Alguns avanços foram possíveis, como a conquista do gás veicular, os estudos para o porto seco, os três distritos industriais, a plataforma logística, a usina de biodiesel, o Pólo de Exportação e de Software, a atração de empresas, os quatro condomínios industriais vocacionados, a Casa do Empreendedor, enfim, uma postura de desenvolvimento de projetos cientificamente pensados e executados a partir da consciência da inovação, formação de um novo valor na economia, integração na cadeia produtiva, valorização da formação profissional, evitar empreendimentos predatórios, entre outros.

ON – Quais os principais desafios enfrentados até o momento?

MC – Os desafios são justamente de trabalhar com tantas frentes, muitas vezes em temas extremamente novos, mantendo sempre o ritmo, a credibilidade e a convicção do sucesso. É mostrar que todos os projetos desenvolvidos fazem parte da execução de um plano estratégico de desenvolvimento e não ações apenas para ganhar espaço na mídia. A cidade não estava acostumada com essa velocidade na gestão pública. O prefeito Dipp tem dado total apoio a todos os projetos e eles estão sendo desenvolvidos de forma satisfatória, com algumas exceções, onde a demasiada burocracia acaba causando lentidão.

ON – Cite alguns projetos que já foram desenvolvidos nesses primeiros seis meses.
MC – A conquista do gás veicular, a ampliação do terminal de passageiros do aeroporto para breve, a possibilidade concreta da conquista de uma usina de biodiesel, o anúncio, em breve, de três áreas de distrito logístico/industrial, a fase adiantada do Pólo de Software para exportação em que foi captado R$ 170 mil no Ministério da Ciência e Tecnologia, o grande número de contatos com empresas em andamento, o sentimento de resgate de nossa auto-estima na área do desenvolvimento, a breve inauguração da Casa do Empreendedor, como um espaço facilitador de negócios para os pequenos, médios e grandes, entre outros.

ON – Quais os novos projetos que poderão ser implantados em Passo Fundo, visando o desenvolvimento econômico do município?
MC – São muitos que estão sendo estudados, eu acredito muito na possibilidade de criarmos um distrito ambiental, onde se localizariam diversas empresas na área de reciclagem, um plano de ação de recuperação de áreas de massas falidas, a semana de oportunidade para o empreendedorismo, a ser realizada na semana de aniversário do município, o seminário de desenvolvimento regional, de financiamento ao empreendedorismo e o de logística, o banco de idéias viáveis para negócios futuros, as rodadas de negócio, o projeto de divulgação de Passo Fundo em mídia nacional, os projetos de formação profissional, entre outros.

ON – A Efrica, que deixou de ser realizada nos últimos anos, já está confirmada para 2005? Quais são as novidades?
MC – A Secretaria de Desenvolvimento convencionou chamar a nova Efrica, em uma alusão ao novo conceito de evento que queremos realizar. Estaremos a disposição do presidente da Efrica, do prefeito e das entidades para colaborar no que acharem que podemos.

ON – Do seu ponto de vista, o que falta em nossa cidade para atrair novos empreendimentos?
MC – Está faltando uma política definida para cada setor de maior interesse e as condições de se levar essa notícia para regiões onde está o empreendedor. É necessário que possamos dar respostas rápidas quando é possível de se fazer parcerias rumo ao empreendedorismo. A máquina pública oferece pouco poder de resposta à Secretaria de Desenvolvimento, ela é a secretaria pedinte, pois não tem possibilidade de executar nada diretamente, mas a evolução é na medida que se conquista e se prova a importância desse setor.

ON – Faça uma avaliação da atuação do governo federal?
MC – Nunca se conseguiu tantos avanços na área econômica e social, é de se lamentar que casos de polícia tenham sido transformados em casos de política, simplesmente para desestabilizar o governo Lula. A solução seria prender essas figuras corruptas que maculam a imagem da política e permitir que se continue a governar o Brasil no ritmo que nosso país e nossa gente precisa. Alguns setores não aceitaram que o carisma de Lula tem levado o Brasil a uma posição de vanguarda internacional, o risco Brasil tem caído sensivelmente, a economia conquista índices jamais vistos, a área social vai ganhando conquistas diárias. Esses setores resolveram fazer o que sempre fizeram: não deixar de governar. Pena que tenha tanta gente boa caindo na armadilha. Isso não que dizer que eu não defenda a prisão de corruptos. Nós pagamos muito caro por essa postura de não deixar mais governar.

ON – Qual a sua opinião sobre as revelações de corrupção que têm surgido nos últimos meses?
MC – A corrupção tem sido um mal que assola o Brasil desde o início da República. Os atos de corrupção têm que ser tratados individualmente para acabar com a impunidade de seus autores. Eles não devem mais servir de elementos políticos que adiantam a corrida sucessória e impedem o governo de governar. Essa crítica vai para todos que, de uma forma ou de outra, fazem isso ou fizeram, ao longo de nossa história, e hoje, acabam sendo vítimas dessa prática.

ON – Qual é a sua expectativa em relação as eleições de 2006 e o que Passo Fundo pode esperar desse pleito eleitoral?
MC – Na minha opinião, já pagamos muito caro por não termos uma representação política no estado. Tomara que Passo Fundo observe e aja priorizando a reeleição de Beto Albuquerque, que já foi testado e aprovado, e eleja pelo menos dois deputados estaduais locais. 2005 é o ano de fazer e o ano que vem é o de concorrer. É lamentável que algumas figuras de nossa política não tenham se dado conta disso e já estejam se lançando, inclusive descumprindo palavra empenhada e compromisso assumido.

ON – O município de Passo Fundo terá um representante na Assembléia Legislativa estadual?
MC – Se os acordos políticos forem cumpridos sim, do contrário, poderemos amargar novamente a derrota coletiva de ver Passo Fundo sem representação política na Assembléia.

ON – Qual é a sua meta como secretário municipal de Desenvolvimento Econômico?
MC – Espero sinceramente passar pela secretaria como o primeiro secretário de Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo e deixar uma marca, um estilo de trabalho, um ritmo que leve em conta nossa potencialidade e transforme isso em ação de desenvolvimento. Quero deixar uma gama de conquistas, mesmo em uma época de crise. É necessário atitude, esperança, fé, mobilidade, profissionalismo. Sempre critiquei a passividade e a forma como aceitávamos as perdas, principalmente nos últimos anos. Agora chegou a hora de recuperar nossa auto-estima e transformar nossa indignação em ação. Tenho a certeza de que é isso que a cidade espera de nós. Esse é o sentimento do secretariado do prefeito Dipp, pois todos estamos lutando muito para fazer a nossa parte. É necessário apenas empenhar maior esforço para as áreas de geração de emprego e renda, pois esses são temas que não podem esperar o tempo da burocracia. O empreendedor não espera esse tempo e se localiza onde a resposta é mais concreta e mais rápida.