Senadores aprovaram ontem a Lei Pietro

Apr 02 2009
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O Nacional – Passo Fundo, 02/04/2009
Em viagem à Espanha,o  deputado Beto Albuquerque comemorou nesta quarta-feira a decisão e aguarda a sanção pelo presidente Lula

O Senado aprovou por unanimidade o PLC 07/2009 batizado de Lei Pietro, que leva o nome do filho do deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, morto no dia 3 de fevereiro deste ano, aos 19 anos, vítima de leucemia mielóide aguda. O projeto define o período anual de 14 a 21 de dezembro como Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. Todos os anos nesses dias serão desenvolvidas atividades de esclarecimento e incentivo à doação de medula óssea e à captação de voluntários para incluírem seus dados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). As ações, atividades e campanhas publicitárias devem envolver órgãos públicos e entidades privadas a fim de informar e orientar sobre a importância da doação da medula óssea para salvar vidas.

Da Espanha, onde participa de missão oficial para tratar de energia eólica, o parlamentar comemorou a decisão tomada pelos senadores e parabenizou a Casa pela agilidade na aprovação da nova lei, que agora aguarda pela sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Perdi um filho, mas ele virou lei para ajudar os outros. Pietro, eu e minha familia estamos felizes ao cumprir esta missão que com mobilização, esclarecimento e soliedariedade vai salvar muitas vidas”, afirmou o deputado nesta quarta-feira (01).

Protocolado na Câmara em 25 de novembro do ano passado, a proposta foi aprovada pelos deputados federais no dia do enterro do jovem, em 4 de fevereiro passado. Pouco depois, o Senado se comprometeu em agilizar a tramitação do projeto.

Relator do projeto, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) solicitou logo no início da sessão desta terça-feira (31) ao presidente da Casa, José Sarney, para que o projeto fosse colocado em votação, o que foi prontamente atendido. Às 19h15min a Lei Pietro foi aprovada por unanimidade e festejada pelos senadores em plenário, que se revezaram ao microfone para elogiar a Lei e a coragem do deputado Beto Albuquerque.

O senador Flávio Arns (PT-PR) afirmou que o transplante de medula significa uma possibilidade de sobrevivência, uma chance de pessoas doentes recuperarem a saúde. Ele assinalou que a realização de semanas de mobilização desmistificará a ideia de que o material é retirado da coluna espinhal. A doação é feita a partir de punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia. Essa operação não causa qualquer comprometimento à saúde.

O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), disse que Albuquerque iniciou o processo que permitirá que várias vidas sejam salvas. Já o senador João Pedro (PT-AM) exaltou que a iniciativa representa um ato de cidadania: "Um homem público, um deputado, transformou a sua dor de pai em uma lei que chamará atenção sobre a importância de se cadastrar como doador de medula óssea para salvar vidas".

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) aplaudiu o gesto de grandeza do deputado Beto Albuquerque, assim como o senador Romeu Tuma (PTB-SP) que lembrou do sofrimento do parlamentar que perdeu o filho. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) expressou sua satisfação em ver o Senado deliberar sobre uma matéria que poderá melhorar as condições de várias pessoas e salvar vidas. “Se tivéssemos mais momentos como este o prestígio do Senado seria melhor. Oxalá aprovássemos 10 ou 15 projetos como este para mostrar que o Senado tem um papel a cumprir”, festejou Cristovam. O senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que presidiu a sessão durante a votação da matéria, classificou o projeto como de grande relevância e cumprimentou Beto Albuquerque pela iniciativa.

Logo após a aprovação do projeto na Câmara, Beto Albuquerque lembrou que se seu filho tivesse conseguido um doador compatível através do Registro Nacional de Doadores de Medula logo que a doença foi detectada ele teria ampliadas as chances de sobreviver. A doença em Pietro foi detectada em dezembro de 2007, mas ele submeteu-se a um primeiro transplante somente em novembro do ano seguinte. Um segundo transplante foi realizado em janeiro passado.