Severino confirma CPI contra FHC
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Correio Braziliense
Severino resolveu instalar a CPI por pressão do PSDB e do PFL, numa reação às declarações do vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), que desafiou a oposição: “Se querem mesmo investigar, deveriam também apurar as privatizações do governo passado”. Foi um recado para pefelistas e tucanos, que defendem a criação de CPI para apurar as denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
“Vamos instalar o mais rápido possível a CPI. Se dentro de mais alguns dias não houver o funcionamento, tomarei as medidas para que seja feita a instalação da CPI”, garantiu Severino. “Quero saber se isso (a declaração de Albuquerque) é uma chantagem ou se é mesmo para valer. Não vamos aceitar instrumento de chantagem”, afirmou o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), que ameaçou impedir a votação de medidas provisórias enquanto a CPI do setor elétrico não começar a funcionar.
“Essa CPI do setor elétrico está criada desde o ano passado, mas a maioria dos deputados é do governo e eles não estão presentes à comissão para dar quórum”, disse o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP).
A CPI do setor elétrico foi criada em maio do ano passado para investigar a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas privatizações do setor elétrico, principalmente a concessão de empréstimos pelo banco à empresa norte-americana AES para a aquisição da Eletropaulo, em 1998.
Reação
No final da tarde, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), subiu à tribuna para garantir que o governo não fez obstrução ao funcionamento da CPI do setor elétrico. “Houve oito tentativas dessa comissão se reunir e, em sete delas a reunião foi cancelada. No último dia 4 de maio foi aberta a sessão e 16 deputados da base do governo estavam presentes e apenas três da oposição apareceram. Se alguém estava fazendo obstrução não era o governo”, afirmou Chinaglia.
Em nota oficial, o PFL e o PSDB afirmaram que “não se sujeitarão a qualquer manobra ou expediente de intimidação por parte do governo Lula e seus aliados, concordando, desde já, acerca da instauração de outros inquéritos parlamentares, propostos que visem elucidar fatos ocorridos em administrações anteriores. A esse propósito, a comissão destinada a apurar eventuais infrações no processo de privatização do setor elétrico somente não foi instalada em face da obstrução e da falta de interesse do governo”, argumentaram os dois líderes partidários na nota. Goldman e Maia observaram ainda que “não medirão esforços para que sejam apuradas, até o final, todas as denúncias de corrupção e desvios que pairam sob o governo Lula”.