Soja e os Biocombustíveis

Jun 22 2006
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Cooperjornal – Três de MaioCooperjornal – Três de Maio, 22/6/2006
Soja e os Biocombustíveis

DEPUTADO BETO ALBUQUERQUE
Deputado Federal PSB/RS. Vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados.

O B5, programa de biocombustíveis que prevê a adição de 5% de biodiesel de soja no óleo diesel, precisa ser implantado de imediato. A mistura consumiria 15% da soja brasileira, elevando os preços e equilibrando o mercado. Diante da importância do tema, o próprio ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) disse que o programa será contemplado no próximo Plano Safra, o que pode representar novas oportunidades de emprego no campo, especialmente para os produtores de soja, além dos produtores de outras oleaginosas, como o girassol.

Atentos às novas necessidades energéticas do país, empresários gaúchos desenvolveram o primeiro projeto de uma planta industrial de biodiesel em Passo Fundo, cujo investimento já conta com empréstimo aprovado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e a compra da produção assegurada pela Petrobras. O empreendimento, o maior da América Latina, é o maior da América Latina. A fábrica produzirá 100 milhões de litros por ano de biodiesel e vai atender a necessidade de 17% do mercado nacional em sua primeira fase, processando 300 toneladas de óleo de soja por dia.

Outra novidade no setor de biocombustíveis capaz de revolucionar o agronegócio, é que a Petrobras patenteou a tecnologia para a produção de um combustível com componentes vegetais, como a soja. O novo diesel será produzido com a adição de 10% de óleos vegetais. O produto, que já está sendo patenteado pela estatal, foi batizado de HBio, porque inclui no processo o hidrogênio. É o casamento do petróleo com a agricultura que se faz com este processo. A diferença do novo combustível em relação ao biodiesel é o fato de ser misturado durante o processo de produção. O biodiesel é adicionado ao diesel já elaborado.

O importante de tudo isso, é que teremos novas perspectivas para o mercado da soja a partir de 2007, já que o combustível consumirá 1,2 milhão de toneladas de soja ou aproximadamente 400 mil a 420 mil hectares do produto. Três refinarias, entre as quais a Refap, de Canoas, receberão o óleo de soja refinado que será submetido a hidrotratamento.

Espero que a inovação não altere o programa de biodiesel, e que juntos, biodiesel e o HBio, possam cumprir um papel importante no fortalecimento da base agroindustrial brasileira e no incremento da sustentabilidade da matriz energética nacional com geração de empregos e benefícios ambientais relevantes.