Sucessão estadual e denúncias

Dec 31 2009
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Correio do Povo – Porto Alegre, 31/12/2009
A juíza Simone Barbisan Fortes liberou ao presidente da Assembleia, Ivar Pavan, o acesso às provas da ação do MPF
Governadora Yeda decide concorrer à reeleição. Tarso Genro e Fogaça também são candidatos
Na política estadual, o ano de 2009 foi uma prévia dos assuntos que dominarão os debates em 2010. Os três poderes tiveram sua pauta marcada por temas relacionados à antecipação da sucessão estadual e por denúncias envolvendo autoridades.
A governadora Yeda Crusius anunciou que vai concorrer à reeleição para o governo do Estado, pelo seu partido, o PSDB. Dois dos grandes partidos – PT e PMDB – também definiram seus candidatos ao Palácio Piratini. No caso do PT, a decisão pelo nome do ministro da Justiça, Tarso Genro, ocorreu mais de um ano antes do pleito, o que acabou por gerar movimentações em todas as outras legendas. Pressionada tanto pelas bases do partido como por possíveis aliados, a cúpula do PMDB também anunciou a pré-candidatura do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, acabando com o suspense entre o nome do prefeito e o do ex-governador Germano Rigotto. O ex-governador gaúcho, inclusive, antecipou-se ao partido e, oficialmente, abriu mão da sua candidatura
Além de PT e do PMDB, o PTB e o PSB também lançaram candidatos ao governo do Estado, mesmo que ainda exista a possibilidade de que abram mão das candidaturas para integrarem coligações. O deputado estadual e presidente do PTB/RS, Luis Augusto Lara, é a opção dos trabalhistas, e o deputado federal Beto Albuquerque, dos socialistas.
Para além das eleições, o outro grande tema de 2009 foram as denúncias envolvendo autoridades. Em um movimento que era aguardado desde o final da CPI do Detran, em 2008, o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF) protocolou, no início de agosto, uma ação de improbidade administrativa na Justiça Federal de Santa Maria contra nove pessoas. Entre elas a governadora, o deputado federal José Otávio Germano, o então presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas, e os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia e Frederico Antunes.
A ação acabou por alavancar a instalação, na Assembleia Legislativa, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção e permitir a aceitação pela presidência da Casa da análise de um pedido de impeachment contra a governadora. No entanto, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF/4) determinou a retirada da ação contra a governadora. A Assembleia também acabou rejeitando a análise do pedido de impeachment contra Yeda.
A CPI da Corrupção resultou sem acordo, mas deu publicidade a investigações da Operação Solidária, que apura irregularidades em licitações na região Metropolitana, e que deverá continuar a gerar fatos políticos em 2010.

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