Transformação digital
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Zero Hora – Porto Alegre, 29/03/2007
Há sete anos, o Rio Grande do Sul deu o primeiro passo para executar o audacioso projeto de instalar em Porto Alegre o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada, tornando-se referência em microeletrônica na América Latina. Hoje, esse projeto é uma realidade. Desde 2000, quando da assinatura de um protocolo de intenções e, na seqüência, da doação de equipamentos pela Motorola, o Ceitec abre caminhos sólidos para incrementar a participação do Brasil nesse mercado, assegurando o domínio da tecnologia de microeletrônica. Neste momento, o desenvolvimento do primeiro chip totalmente brasileiro, para atender a encomenda da empresa Altus, é um marco do renascimento da microeletrônica no Estado. O microprocessador que leva a marca do Ceitec – cuja implantação terá um investimento final de R$ 180 milhões do governo do presidente Lula, através do Ministério da Ciência e Tecnologia – substituirá uma rede de oito microprocessadores genéricos importados.
A microeletrônica é a base da indústria eletroeletrônica. Os chips estão presentes no forno de microondas, na geladeira, no sistema de iluminação residencial, no automóvel e até na rastreabilidade bovina, já utilizada no Brasil. O mercado mundial desse setor supera a indústria automobilística mas, até agora, o Brasil teve apenas papel de importador. Em nosso país, o setor eletrônico em geral faturou em 2005 US$ 42 bilhões e empregou de 133 mil pessoas. O setor importou US$ 15,5 bilhões e exportou US$ 7,77 bilhões, com um déficit de US$ 7,36 bilhões. A importação de semicondutores respondeu por 40% desse déficit.
Esses dados só reforçam a tese de que é decisivo o investimento em microeletrônica. Daí a importância do Ceitec. A proposta do Centro não é de apenas fabricar os chips, mas desenvolver tecnologia e propriedade intelectual. O Centro funcionará como um gerador de mão-de-obra qualificada e um ecossistema de tecnologia para a criação de incubadoras e outras indústrias do ramo. Para isso, já estabelece parcerias com empresas e instituições de ensino e pesquisa.
O Ceitec é um cartão de visitas da microeletrônica do país. A transformação digital, sem dúvida, será um trampolim para uma transformação social densa e profunda que buscamos. Nesse contexto, a indústria de semicondutores desponta como um elo importante no caminho que leva o país ao seu futuro digital e, sobretudo, revolucionando a indústria e dinamizando a economia, com ganhos evidentes para o Brasil do século 21.
BETO ALBUQUERQUE/ Vice-líder do governo na Câmara dos Deputados