Tributária: base não se entende e adia votação
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O Globo
BRASÍLIA. As dificuldades de articulação e entendimento na base aliada vão levar à quebra do acordo firmado há dez dias para a votação da reforma tributária esta semana. O líder do PP, deputado José Janene (PR), já avisou ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), do adiamento da votação. Irritados com a desarticulação, líderes e vice-líderes cobram uma ação mais enérgica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas apelam também pela liberação de emendas dos parlamentares.
— Há um ambiente de dificuldades porque o índice de traição de segmentos da base aliada é muito alto. O governo tem de jogar duro — diz o vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS).
— Há dois meses e meio, após a derrota para a presidência da Câmara, o presidente Lula prometeu mudar seu comportamento em relação ao Congresso. A crise continua, falta direção e é hora de o presidente entrar na articulação — afirma o líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES).
Líderes da base aliada e ministros se reúnem amanhã
Os líderes da base aliada e os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Coordenação Política, Aldo Rebelo, se reúnem amanhã para discutir as mudanças na reforma tributária. O governo, no entanto, dá sinais de que só vai votá-la se puder evitar que a emenda seja fatiada e que seja aprovado isoladamente o aumento de 1% no repasse de verbas ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
— Ser for para criar mais uma despesa e não dar nenhum benefício para o contribuinte é melhor não fazer nada, deixar empacada — diz o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Os governadores de oposição, e suas bancadas na Câmara, pressionam pela votação fatiada e anunciam que não estão a favor do texto da reforma aprovado pelo Senado. O governo tem ainda, no caso da reforma tributária, resistências sérias das bancadas de Goiás. A única saída, segundo os líderes, é continuar negociando e, ao mesmo tempo, trabalhar para a recomposição da articulação política.
— O governo não pode permitir que a área econômica continue mandando na política. Sem o pagamento das emendas constitucionais não há santo que possa articular na base — resume Beto Albuquerque.
— O que o governo fez para recompor a base? Precisa colocar tinta na caneta dos articuladores — acrescenta o líder do PL, Sandro Mabel (GO).
COLABORARAM Valderez Caetano e Regina Alvarez