Tucanos e rebeldes do PT emperram votação
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Gazeta do Sul – Santa Cruz do Sul, 14/6/2007
Brasília – Em meio a divergências na maioria das legendas e reclamações de muitos deputados contra as direções partidárias, a Câmara não conseguiu ontem iniciar a votação da reforma política. Em votação preliminar, às 18h30, os defensores da lista fechada, que acreditavam ter maioria, sofreram uma derrota, com a dissidência no PT contra sua direção e a decisão do PSDB de se opor à mudança. Com medo de nova derrota, os líderes favoráveis à lista acertaram que não haveria votação.
A lista fechada é o ponto mais polêmico da reforma e foi o primeiro a entrar em votação. Pela proposta, os eleitores passam a votar nos partidos, que apresentam listas de candidatos.
A disputa entre os dois lados foi exposta na votação do requerimento para encerrar a discussão e de início da votação do projeto. A intenção dos contrários à lista fechada era prorrogar ao máximo a sessão. Os líderes de DEM, PMDB, PT e PCdoB queriam votar logo. Mas 245 deputados se posicionaram contra o fim da discussão e 194 a favor. Houve 4 abstenções.
Foram decisivos os votos de 27 petistas e 46 tucanos contra o início da votação. Depois de mais de 9 horas de sessão, nenhum ponto da reforma tinha sido votado. “Acabou a lista, rasga a lista”, comemorou Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), contrário à lista fechada. “Esta foi uma preliminar importante, porque mostra que a lista fechada vai ser derrotada”, apostou um dos vice-líderes do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), também contrário à mudança na lei.
A discussão de ontem mostrou que a posição sobre a lista fechada não depende do partido, do Estado ou de ser governista ou oposicionista. Tanto que se juntaram a favor da lista o oposicionista DEM e os governistas PT, PMDB e PCdoB.