Manuela e José Eduardo Cardozo namoram há um mês e meio.
Foi em meio à aridez do Congresso que o romance de Manuela DÁvila (PC do B) e José Eduardo Cardozo (PT-SP) nasceu. Colegas na Câmara, a deputada mais votada do Rio Grande do Sul e o secretário-geral do PT estão juntos há um mês e meio.
Mantido com discrição, o romance veio a público ontem. Até então o assunto era classificado como mais um boato da Capital Federal.Conhecida como musa da Câmara, Manuela, 26 anos, já era alvo de fuxicos desde dezembro, quando se tornou conhecido o fim do relacionamento que mantinha no Estado. Na bancada gaúcha, o comentário era de que a deputada estaria flertando com um "peixe graúdo" do PT.
Manuela não era vista acompanhada, nem mesmo pelos vizinhos do condomínio onde mora em Brasília. Até o Carnaval ela fez questão de passar sozinha. À época, porém, a paixão já aflorava.
Conhecido pela fama de galanteador e bom moço, Cardozo, 48 anos, foi um dos parlamentares governistas mais atuantes da CPI dos Correios. Interlocutores de Manuela comentam que a inteligência e a elegância do advogado a seduziram.
Além de dividir compromissos políticos, Manuela e Cardozo tiveram raros encontros em locais públicos. Um deles foi na Academia de Tênis, conhecido centro de lazer de Brasília que concentra bares e cinemas alternativos. Lá, eles foram vistos em um restaurante, por colegas de plenário. Semanas depois, durante a festa de 28 anos do PT, em fevereiro, olhares inebriados e conversas ao pé do ouvido só reforçavam as desconfianças.
Reservado, o casal preferia manter em segredo o namoro até de pessoas próximas. Companheiro de militância estudantil, o ministro do Esporte, Orlando Silva, chegou a ser apontado como o autor dos boatos, mas Manuela sequer havia comentado sobre a paixão com o colega de partido. Amigo de Cardozo há 20 anos, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) ficou sabendo do romance na terça-feira da semana passada. Ao se encontrarem no corredor da Câmara, Biscaia estendeu a mão ao amigo e disparou:
– Fiquei sabendo. Meus parabéns.
Cardozo apenas assentiu com a cabeça, sem falar no namoro. Ontem, a própria deputada não negava o relacionamento. Os olhos brilhantes e o modelito caprichado – blusa azul enfeitada por pequenos paetês – confirmavam a paixão, mas a deputada se recusava a falar no assunto. Depois de ver seu relacionamento estampado nos jornais, ela chegou a se preocupar com a possibilidade de prejuízos a sua candidatura à prefeitura de Porto Alegre. Coordenador da campanha, o deputado Beto Albuquerque (PSB) tratava de tranqüilizá-la. Um dos poucos a saber do namoro com antecedência, ele adiantava o futuro:
– Não há problema algum. E se acabar em casamento, sou o padrinho. Gosto muito dos dois.
