Voto em lista não acaba a corrupção, diz vice-líder do governo
- Posted by: Ass. Imprensa
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Portal Paraíba.com, 13/6/2007
O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (PSB-RS), disse ontem que o financiamento público das campanhas eleitorais e o voto em lista não acabarão com a corrupção e, pelo contrário: poderão facilitar o desvio de dinheiro pelos partidos.
“Por que razão sairá dessa engenharia de voto em lista e financiamento público políticos honestos? Eu acredito que, com estas duas medidas, vai correr muito mais dinheiro dentro dos partidos e das campanhas e, com isso, a mala preta é que determinará quem vai ficar dentro ou fora da lista”, disse.
Segundo o parlamentar, o caixa dois continuará existindo, mesmo com os recursos públicos que serão repassados aos partidos, porque não foi pensado pelo Congresso nenhum mecanismo de controle, a não ser que o financiamento público precisa estar vinculado à lista fechada de candidatos.
Albuquerque disse também que o critério para distribuição dos recursos favorecerá os maiores partidos.
“O critério discutido para distribuição do dinheiro é o tamanho da bancada na Câmara dos Deputados, o mesmo aplicado para propaganda obrigatória de rádio e TV. Isto beneficiará os partidos maiores e reduzirá ainda mais os que têm menos deputados, consagrando a hegemonia dos grandes.”
Albuquerque disse que o sistema atual de financiamento das campanhas, por meio de doações privadas, não pode ser responsabilizado pela corrupção.
“O Congresso deveria acabar com essa hipocrisia de dizer que dinheiro privado compra mandato”, afirmou.
Ele sugeriu que os deputados e senadores discutam, em vez da reforma que entra em votação hoje, a mudança do sistema presidencialista para parlamentarista. Para ele, ao se estabelecer uma maioria governante no país, o presidente não precisaria ter que construir base para administrar.
Sobre o voto em lista, o vice-líder disse que acabará levando as eleições para dentro dos partidos, restringindo a participação do eleitor. “Com este sistema, a população acabará submetida a uma eleição indireta.”