A crise é da oposição

Mar 30 2004
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Assessoria de Imprensa

Assessoria de Imprensa, 30/03/2004
A crise é da oposição

Há uma figura de linguagem que nos ensina a olhar sempre a floresta e não
apenas uma árvore. A metáfora foi usada pelo vice-líder do governo na
Câmara, Beto Albuquerque, na última segunda-feira, para dizer que o governo,
ao contrário da oposição, não limita o foco de análise, mas olha o país como
um todo.

Em um discurso em defesa do governo Lula, na tribuna da Câmara, Beto
lembrou que há um ano e três meses, o governo combate problemas estruturais
graves, que impedem o desenvolvimento econômico e social do país. Em muitos
casos, a solução ultrapassará os quatro anos do mandato, não existe mágica,
disse.

Herança – Segundo ele, é preciso refrescar a memória dos críticos, lembrando
que o atual governo herdou uma inflação que, anualizada, atingiria mais de
40%, o risco Brasil na casa dos 2.400 pontos, o dólar em disparada e uma
política econômica com esgotamento de seus principais instrumentos.

Quinze meses depois, recordou Beto, o nosso governo tem realizações
significativas que merecem ser destacadas. Citou, no plano externo, a
postura soberana no contexto internacional, tanto nas negociações comerciais
como nas articulações políticas, a atuação da diplomacia brasileira a
discussão sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o
fortalecimento do Mercosul e a condenação da intervenção norte-americana no
Iraque.

Apontou como exemplos no âmbito interno do país ações de proteção ambiental,
investimentos para moradia e saneamento básico, a democratização do crédito
e o Programa de Microcrédito, que beneficia mais de 1 milhão de pessoas até
então excluídas do sistema bancário público. Beto também destacou o Programa
Luz Para Todos, cujo objetivo é eliminar a exclusão elétrica nos próximos
cinco anos. O programa foi lançado em quatro Estados, inclusive no Rio
Grande do Sul, e chegará a outros sete nesta semana.

Área social – No campo social, segundo Beto, o programa Bolsa-Família
triplicou a média dos valores dos benefícios, de R$ 22 para R$ 73. O
programa está em 5.461 cidades e atende a 3.615 milhões de famílias. Em sua
manifestação, o vice-líder também salientou o incentivo à construção civil,
às moradias populares, o crédito para a população carente e as diretrizes de
uma nova política industrial.

As condições de governabilidade foram construídas, disse. Conforme
o deputado, basta recordar a aprovação das reformas da previdência, do
sistema tributário, da nova lei de recuperação de empresas, há 10 anos
parada na Câmara, do projeto das parcerias público-privadas, da PEC da Cide
– responsável pela repartição de R$ 2 bilhões com Estados e municípios -, e
do encaminhamento da proposta de reforma judiciária.

O parlamentar antecipou que nesta semana, o ministro Luiz Fernando
Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, vai anunciar a Política
Industrial, programa reclamado há mais de 20 anos.

Déficit social – Beto Albuquerque, entretanto, disse que o atual governo
não assumiu nenhuma Suíça. Segundo ele, historicamente, o Brasil acumula
enorme déficit social e, principalmente, nas últimas décadas, sofreu um
processo de desmantelamento do Estado, que criou grandes dificuldades para
reagir às exigências sociais e econômicas.

No primeiro ano do nosso governo, trabalhamos para colocar o país no rumo
do desenvolvimento, adotando, inclusive, medidas duras na economia, disse.
Nessa área, afirmou Beto, recuperou-se a credibilidade internacional, com
medidas como a redução da taxa de juros reais que, embora continue alta, é a
mais baixa dos últimos dez anos. O corte de dez pontos percentuais em 2003,
ressaltou, foi suficiente para a economia crescer a partir da segunda metade
do ano, produzindo um crescimento de 1,5%, no último trimestre. Anualizando
este índice, teríamos um resultado de 6%, destacou.

Oposição em crise – Portanto, ponderou o parlamentar, a crise que é tão
badalada pela oposição se esgota no discurso. Na verdade, a crise é da
oposição que por tantas décadas governou este país. É uma crise daqueles
que, derrotados nas últimas eleições, em vez de prestar explicações sobre
sua atuação, encontraram como a única saída atacar o atual governo,
afirmou.

O governo Lula, afirmou, atua com a consciência de que o seu compromisso é
administrar um país a partir da realidade das pessoas e não apenas dos
números. Sabemos do nosso compromisso com os milhões de brasileiros e não
nos furtaremos de buscar as condições para cumpri-los, disse. O vice-líder
encerrou seu discurso reafirmando que a tarefa histórica deste governo tem
como prioridades a inclusão social e o desenvolvimento econômico soberano.