BNDES cria linha de R$ 300 milhões para financiar armazéns
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[15/04/2008]
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse que o programa de financiamento para a construção de armazéns no país é um passo decisivo para reduzir o déficit de infra-estrutura de armazenagem de grãos. O programa, negociado junto ao BNDES pelo vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), foi lançado ontem (14/4), no final da tarde, em Brasília, com a presença do presidente da Acebra (Associação das Empresas Cerealistas do Brasil), Ivo Ried, do representante da Aceba-RS, Airton Roos, e de líderes do setor de várias regiões do país.
Coutinho citou como vantagens do programa, que disponibiliza de imediato R$ 300 milhões, prazo para pagamento e taxa de juros atrativos, além do aumento da cobertura de financiamento de 70% para 100%. Os empréstimos, com juros de 6,75% ao ano, serão destinados a empresas com faturamento bruto de até R$ 500 milhões anuais. O prazo de pagamento será de oito anos, incluídos três anos de carência.
As empresas terão que pagar taxa de 1% a 3% de spread bancário aos agentes repassadores dos recursos. A linha será operada por todos os bancos, públicos e privados, que cobrarão taxa de administração de 0,5%. “Este programa chega em boa hora, quando o país aumenta a sua produção num ritmo contínuo e aumenta a necessidade de armazenamento”, afirmou Beto Albuquerque. Segundo ele, a concorrência entre os bancos deverá forçar o spread para baixo.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam uma capacidade estática para armazenar 123,3 milhões de toneladas. A atual safra 2007/08, no entanto, é estimada em 140,77 milhões de toneladas. Do total da defasagem do país, a situação mais crítica é a da região Sul, com defasagem de 6,8 milhões de toneladas para uma produção de grãos, fibras e cereais no total de 58 milhões de toneladas.
Pesquisa realizada pela Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra) com mais de 123 companhias da região Sul aponta que 80% das associadas têm planos de construir armazéns em um ano e 83% querem adquirir novas máquinas e equipamentos de armazenagem. A Acebra estima que a linha do BNDES poderá ampliar a capacidade de armazenagem no Sul em 2,1 milhões de toneladas ao custo médio de R$ 6 milhões por empresa.