“Candidatura de Aldo Rebelo é institucional”
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[12/01/2007]
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB/RS) afirma que a candidatura de Aldo Rebelo à presidência da Câmara dos Deputados tem origem na base governista e conta com apoiadores em todos os partidos aliados e até na oposição. "Aldo não a discriminou. Há reconhecimento da oposição de que o presidente conduz a Casa democraticamente", afirmou Beto.
ENTREVISTA
Confira a seguir a íntegra da entrevista publicada na quinta-feira (11/01/2007).
'Metade do PMDB pode estar conosco'
Denise Madueño
Beto Albuquerque, vice-líder do governo (PSB-RS)
Aliado do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), o vice-líder do governo Beto Albuquerque (PSB-RS) acha que a decisão do PMDB de apoiar Arlindo Chinaglia não significa uma derrota, porque mostrou na verdade que o partido está dividido. "São 46 votos para Chinaglia em uma bancada de 90. Isso não desequilibra a eleição." Ele nega que Aldo possa retirar-se da disputa e diz que quem defende a candidatura única agora tem medo de perder na votação no plenário.
A decisão do PMDB foi uma derrota para a candidatura de Aldo?
O PMDB é um grande partido, tem grandes líderes, mas metade da bancada ratificou apoio a Arlindo, de forma que a outra metade pode estar conosco. A participação do PMDB hoje é nas duas candidaturas, de forma bastante parecida.
Com a decisão do PMDB, muda a estratégia de campanha de Aldo?
Não. A decisão do PMDB foi boa. São 46 votos em uma bancada de 90. Isso não desequilibra a eleição. Ao contrário, pode antecipar e precipitar a decisão de outros partidos em relação à candidatura do Aldo.
Chinaglia vem dizendo que tem o apoio dos partidos da base. É uma forma de pressionar para que Aldo retire sua candidatura?
A candidatura do Aldo é institucional. Também tem origem na base, tem apoio em todos os partidos aliados e até na oposição, porque é respeitosa com ela. Aldo não a discriminou. Há reconhecimento da oposição de que o presidente que percebe a Casa democraticamente é salutar. A candidatura de Aldo não é de líder do governo, é de presidente de um dos três Poderes e é assim que está se conduzindo.
Aliados de Chinaglia avaliam que ele tem a maioria da base e, por isso, o governo deve fazer valer a proposta de candidatura única e pressionar pela saída de Aldo.
Eu acho que o governo tem uma disputa única, porque tanto Aldo quanto Arlindo são da base. Não há incômodo ou incongruência em que dois deputados da base façam a disputa. Isso dá segurança de independência em relação às questões de interesse da Casa e da sociedade. Não vejo necessidade de interferência do governo. Os dois representam partidos da base. Aldo consegue ter uma candidatura mais ampla porque, inclusive, ele já conquistou o apoio da oposição.
Isso significa que os dois vão para disputa de votos no plenário?
O plenário é o lugar das definições. As definições não estão na Esplanada dos Ministérios, mas no plenário, no voto secreto. Isso é salutar para a democracia e para o engrandecimento da Câmara. É um debate importante, são dois bons candidatos, cada um com suas características e um leque de apoios distinto e definido.
O governo têm interferido a favor de Chinaglia na disputa?
O governo esforçou-se e eu, como vice-líder não fiz diferente, para que tivéssemos uma candidatura única. O esforço não teve efeito e agora o assunto é da Câmara, não é mais do governo e espero que assim seja tratado. A presidência da Casa tem de ser uma escolha livre, soberana e independente. Tudo que for além disso pode ser considerado interferência.
A proposta de ter uma candidatura única da base mostra um temor de resolver a disputa no voto?
A candidatura única é para quem tem medo da disputa. Lá atrás desejávamos uma candidatura única para que houvesse um foco. Hoje há duas candidaturas de origem na base. Não é disputa de governo com a oposição. A fase da candidatura única já passou. Não há notícias de uma candidatura viável de oposição que possa ser lançada nos próximos dias, de forma que não vejo nenhum problema que o governo tenha dois candidatos em disputa. Isso é bom para o governo.