Ciro Gomes alerta para efeitos da crise
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[14/09/2009]
O deputado federal Ciro Gomes (PSB/CE) palestrou hoje (14/04) na audiência pública da Comissão de Economia da Assembléia realizada no auditório da Fetag em Porto Alegre. Ele falou sobre o tema " A crise mundial e seus efeitos na economia nacional e gaúcha. Ex-ministro da Integração Nacional, no Governo Lula, e da Fazenda, no governo de Itamar Franco, Ciro Gomes afirmou que o Brasil não pode deixar que grupos de interesses, especialmente do setor financeiro, manipulem a crise a seu benefício. "Alguns estão tentando usar a crise para cevar privilégios", criticou.
Na sua avaliação, a economia brasileira foi afetada pela turbulência global de diversas maneiras, entre as quais no comércio exterior, com a redução do volume de exportação, gerando desemprego em diversos setores da produção, mas está conseguindo reagir. "Tempo de crise também pode ser encarado como um período de oportunidade, inclusive para se pensar uma outra forma de crescimento do país diante da falência incontestável do modelo neoliberal".
Em nível de Brasil também fez duras críticas à alta taxa de juros por ser um determinante para o crescimento da economia. Se a taxa de juros for maior que o retorno do investimento no setor produtivo as pessoas irão investir no mercado financeiro, deixando de gerar emprego, renda e tributos, afirmou.
Já sobre a economia gaúcha, Ciro Gomes alertou para a difícil situação enfrentada hoje pelo Estado, "o mais estrangulado do país". Segundo ele, a dívida gaúcha equivale a 2,3 vezes a receita anual do Estado, enquanto que no Ceará é menos da metade da receita total do mesmo periodo. Para ele, a crise ainda não revelou sua face inteira. "Esta é uma crise histórica, modelar e civilizatória.
O presidente da Comissão de Economia, deputado Heitor Schuch (PSB) entregou ao deputado Ciro documento produzido pela Assembléia Legislativa com uma série de propostas voltadas ao enfrentamento dos efeitos da crise mundial no Rio Grande do Sul. Entre as medidas apontadas estão a redução da taxa de juros, do spread bancário, de impostos e da jornada de trabalho sem diminuição de salário, recuperação do papel do Estado como indutor de desenvolvimento, redução da desoneração das exportações, entre outros. "Medidas contra a crise não devem servir para salvar banqueiros e grandes empresários. As políticas devem atender quem trabalha e quem gera riqueza neste país", destacou Schuch. Participaram como debatedores os deputados federais Beto Albuquerque e Manuela D’Ávila e, como mediador, Heitor Schuch.
O deputado Beto Albuquerque defendeu que é preciso pensar o futuro do país, decidir como vamos articular nossas vocações, projetar o desenvolvimento do país. Um país tecnológico, que forme as pessoas e as prepare para o futuro. "Não podemos voltar ao passado e continuarmos assim, amarrados a velhas disputas políticas nem continuar com o que esta aí. E nós, gaúchos, precisamos resgatar o prestígio, a autoestima e o respeito que perdemos nos últimos anos. Temos que ser protagonistas no cenário nacional no desenvolvimento, construindo oportunidades a partir da crise.
Já o deputado estadual Miki Breier falou que é preciso reconhecer que os reflexos da crise no nosso Estado não são pequenos. "O pior momento da crise é quando ela alcança a mesa e a casa dos trabalhadores, trazendo o desemprego, que observamos aumentar muito em determinadas regiões do nosso Estado". De acordo com Miki, é fundamental que o setor produtivo do Rio Grande do Sul seja auxiliado. "Tanto o governo federal quanto o governo estadual precisam apresentar mais ações, mais celeridade e mais proposições para que a sociedade gaúcha não saia tão prejudicada com a crise", finalizou.