Despesa com juros em 2015 Ai?? maior do que 15 anos do Bolsa FamAi??lia
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Despesa com juros em 2015 Ai?? maior do que 15 anos do Bolsa FamAi??lia 1 de setembro de 2015 Dyelle Menezes Os gastos do governo com juros sA?o altos e devem permanecer em nAi??veis elevados. SA? neste ano, R$ 277,3 bilhAi??es estA?o autorizados em orAi??amento com ai???juros e encargos da dAi??vidaai???. O montante Ai?? semelhante ao que o governo federal desembolsou para o principal programa social, o Bolsa FamAi??lia. Nos A?ltimos 15 anos, R$ 221,7 bilhAi??es foram destinados para transferA?ncia de renda Ai??s famAi??lias mais carentes do paAi??s.
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Os recursos fazem parte do grupo de natureza de despesa, identificado pelo dAi??gito ai???2ai???, no qual sA?o orAi??ados o adimplemento de juros, comissAi??es, dAi??vida pA?blica mobiliA?ria e despesas com operaAi??Ai??es de crAi??dito internas e externas. O montante representa 10% da previsA?o de gastos para 2015. AtAi?? o momento, R$ 169 milhAi??es jA? foram desembolsados para esse intuito.
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A conta tende a ficar cada vez mais elevada. Os juros nA?o param de subir porque o governo negligenciou no controle da inflaAi??A?o nos A?ltimos anos, deixando que ela ficasse acima do centro da meta, de 4,5% anuais.
O Banco Central, ao buscar credibilidade, nA?o para de elevar a taxa bA?sica de juros. Apesar do esforAi??o proposto do lado fiscal, os resultados sA?o frustrantes. O governo nA?o fez superA?vit primA?rio, economia para o pagamento dos juros da dAi??vida pA?blica no ano passado. O resultado pode se repetir neste ano.
A tendA?ncia Ai?? que a despesa com juros nA?o diminua. O superA?vit magro de R$ 8,7 bilhAi??es proposto para este ano pode nA?o acontecer. Equivalente a 0,15% do PIB, essa ai???sobraai??? seria usada para reduzir a relaAi??A?o dAi??vida/PIB, atualmente em 63%.
Para o economista e fundador da OrganizaAi??A?o NA?o-Governamental (ONG) Contas Abertas Gil Castello Branco, a conta de juros dificilmente serA? reduzida a curto prazo porque ela Ai?? resultado de ai???um desarranjo total na economia com finalidade eleitoreiraai???.
ai???Esconderam a doenAi??a e agora estA?o sendo obrigados a usar uma medicaAi??A?o muito forte (os juros altos) com graves efeitos colateraisai???, disse, acrescentando que serA? inevitA?vel que um ajuste de mAi??dio/longo prazo passe pela reduAi??A?o das despesas obrigatA?rias. JA? nA?o adianta mais cortar apenas gastos com passagens, diA?rias, vigilA?ncia e limpeza, completa.
De acordo com o jornal Valor EconA?mico, os gastos altos do governo com juros devem permanecer ao redor de 8% do PIB nos prA?ximos meses. A trajetA?ria da taxa Selic e as operaAi??Ai??es de swaps cambiais, dizem especialistas, indicam que a conta salgada nA?o deve ter alAi??vio no curto prazo. Em 12 meses atAi?? julho, a conta de juros alcanAi??ou R$ 452 bilhAi??es, ou o correspondente a 7,92% do PIB. Ai?? o maior percentual desde 2003 (8,41% do PIB), perAi??odo iniciado com taxa Selic de 25,5% ao ano. Hoje, a Selic Ai?? de 14,25% ao ano. Com isso, o resultado nominal, que inclui o resultado primA?rio e os juros nominais apropriados, atingiu dAi??ficit de R$ 502,8 bilhAi??es, ou 8,81% do PIB.
O economista Fabio Giambiagi espera que as despesas com juros se mantenham em torno de 7% do PIB nos prA?ximos dois a trA?s anos. Antes disso, jA? no fim de 2015, o gasto com juros deve ficar em torno de 8% do PIB. Embora a expectativa seja de recuo da inflaAi??A?o, diz Giambiagi, Ai?? preciso incluir no cenA?rio de juros a retomada da alta da taxa americana ainda neste ano, o que deve limitar o espaAi??o para a queda dos juros locais. AlAi??m disso, diz ele, a trajetA?ria futura da conta dependerA? das operaAi??Ai??es de swaps.
ai???Quando o governo precisa honrar um vencimento e o cA?mbio estA? pressionado, no mA?s em que isso ocorre gasta-se um valor muito elevado a tAi??tulo de juros. O contrA?rio ocorre se o cA?mbio [o real] se aprecia, mas isso nA?o tem sido muito comum recentementeai???, diz Giambiagi.
As operaAi??Ai??es de swap cambial equivalem Ai?? venda de dA?lares no mercado futuro e funcionam como operaAi??Ai??es de troca entre a variaAi??A?o da taxa de cA?mbio e a Selic. Quando o cA?mbio varia menos do que a Selic, o BC tem lucro. Na situaAi??A?o contrA?ria Ai?? o BC que paga ao mercado ai??i?? o que vem ocorrendo no perAi??odo mais recente diante da desvalorizaAi??A?o do real, com prejuAi??zos ao BC. Como resultado, sobe o gasto com juro e tambAi??m o dAi??ficit nominal.
Quando Dilma assumiu o poder, em janeiro 2011, a conta de juros do setor pA?blico era de R$ 200,5 bilhAi??es, e a taxa bA?sica da economia (Selic) estava em 10,75% anuais. Desde entA?o, essa despesa mais que dobrou: saltou 107,9%, e a Selic, que Ai?? o parA?metro inicial para os emprAi??stimos realizados pelos bancos, hoje estA? em 14,25%.
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