Em entrevista, Beto Albuquerque diz que governo Dilma representa o fracasso
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O lAi??der do PSB na CA?mara, deputado Beto Albuquerque (RS), concedeu entrevista ao Broadcast PolAi??tico, da AgA?ncia Estado, e afirmou que o governo Dilma Rousseff Ai?? sinA?nimo de fracasso. Um dos porta-vozes do governador Eduardo Campos, Albuquerque disse ter confianAi??a no rumo das eleiAi??Ai??es deste ano e lembra que a chapa Campos/Marina serA? lanAi??ada no dia 14, em BrasAi??lia. Acompanhe a Ai??ntegra da entrevista.
Broadcast PolAi??tico: Em setembro o PSB foi para a oposiAi??A?o e lanAi??ou candidato a presidente da RepA?blica. Como Ai?? estar na oposiAi??A?o?
Beto Albuquerque: O PSB esteve junto com o ex-presidente Lula (PT) nas suas trA?s derrotas e tambAi??m nas suas trA?s vitA?rias. O governo Lula foi um governo completamente diferente do governo da Dilma Rousseff. O arranjo polAi??tico, o espaAi??o de diA?logo e de debates era outro. Partidos como o PSB, PC do B, PDT, eram partidos chamados para o debate nos momentos mais difAi??ceis. O governo Dilma fez diferente, uma alianAi??a exclusiva com o PMDB, escolhido como seu orA?culo polAi??tico. O governo Dilma nA?o tem o hA?bito do diA?logo. Afastou-se da polAi??tica, da imagem da boa gestA?o e do governo duro no trato com as coisas erradas. As faxinas foram empurradas para debaixo do tapete. E logo depois, empurradas para fora do tapete para voltar ao governo. O governo Dilma Ai?? um fracasso em todas as A?reas. NA?o pode ser comparado ao de Lula.
BP: EntA?o, na campanha, o PSB vai preservar o governo de Lula e atacar o de Dilma?
Albuquerque: O PSB preservarA? e respeitarA? tudo o que aconteceu nesses 30 anos de democracia brasileira. Em cada tempo teve gente que contribuiu em muitas coisas. NA?s vamos preservar sim a imagem e o feito do presidente Fernando Henrique Cardoso por ter consolidado a economia brasileira, vamos respeitar e enaltecer os avanAi??os sociais havidos no governo Lula, com eficiA?ncia e diA?logo. Mas nA?o podemos nos omitir sobre um governo que deixou a inflaAi??A?o escapar da jaula, nA?o oferece crescimento econA?mico, gerou um clima de arrogA?ncia e levou o empresariado brasileiro ao pessimismo. Um governo com muito anA?ncio e poucas entregas, que colocou em risco empresas chaves como Petrobras e EletrobrA?s e conseguiu o feito do rebaixamento da nota brasileira por uma agA?ncia de avaliaAi??A?o de risco. HA? muita coisa ruim no governo Dilma: baixo crescimento, descaso com a inflaAi??A?o, interferA?ncia nas empresas como Petrobras e EletrobrA?s, que perderam R$ 100 bilhAi??es em seu patrimA?nio e se endividaram barbaramente. O setor elAi??trico brasileiro se desestruturou completamente. Se tinha uma A?rea que ninguAi??m imaginava que teria problemas era essa, exatamente porque a Dilma foi ministra de Minas e Energia, ministra da Casa Civil e agora presidente da RepA?blica. Em nome da demagogia de reduzir tarifas, exatamente num momento em que o Brasil nA?o tinha sobra de oferta de energia, ela liquidou com os investimentos. EstA? aAi?? agora botando culpa na chuva, quando na verdade o problema do setor elAi??trico brasileiro Ai?? a falta de turbinas gerando energia. Tudo isso por causa daquele ato demagA?gico da reduAi??A?o de energia, que acabou nA?o sendo sentido pela populaAi??A?o, mas foi avassalador para as empresas pA?blicas e privadas.
BP: As pesquisas dizem que a presidente Dilma jA? estA? no segundo turno. Como disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, resta apenas uma vaga. Por isso, lembrou ele, o PSB terA? de chegar Ai?? frente do tucano AAi??cio Neves. Quem Ai?? o adversA?rio? A Dilma ou o AAi??cio?
Albuquerque: Nosso principal adversA?rio Ai?? o Brasil parado, que Ai?? a principal proeza do governo Dilma. Com ela o Brasil empacou. ComeAi??amos a correr risco de perder tudo o que conquistamos. Acho que irA? para o segundo turno aquele que apresentar a melhor proposta e a crAi??tica polAi??tica e econA?mica mais adequada. NA?s temos hoje no Brasil uma nova classe C que representa 54% da populaAi??A?o, que nA?o se sente agradecida nem obrigada a ter gratidA?o por aquilo que os governos lhe fazem, seja no crAi??dito, seja na casa prA?pria ou no emprego. Elas tA?m consciA?ncia de que o governo tem obrigaAi??A?o de fazer por elas o que lhes Ai?? de direito. Essa nova classe C quer mais. Ela quer condiAi??A?o padrA?o Fifa na saA?de, educaAi??A?o, transportes. Chegamos ao esgotamento do ciclo polAi??tico e econA?mico. Hoje, as pesquisas indicam que, diferentemente do que ocorreu em 2010, em que 70% dos brasileiros queriam continuidade, em 2014 70% dos brasileiros querem mudanAi??a.
BP: Se o PSB chegar ao segundo turno, espera o apoio de AAi??cio Neves?
Albuquerque: Claro. Queremos o apoio do AAi??cio e do eleitorado dele. Junto com o nosso, Ai?? um eleitorado atento e estA? nesses 70% que querem mudar.
BP: E se houver o contrA?rio? O Eduardo Campos apoia o AAi??cio?
Albuquerque: Acho que isso Ai?? uma possibilidade. Mas tudo depende muito do comportamento da eleiAi??A?o. Nem penso nessa segunda hipA?tese. Tenho a convicAi??A?o de que o Eduardo vai chegar na frente da Dilma no primeiro turno.
BP: Quando a chapa do PSB serA? lanAi??ada?
Albuquerque: A ideia Ai?? que no dia 14 de abril faAi??amos um grande ato polAi??tico para confirmar a chapa Eduardo e Marina em BrasAi??lia. Nossa chapa tem dois candidatos. Ai?? o que distingue nossa chapa da dos outros. O governador renuncia a seu mandato no dia 4 de abril.
BP: Como serA? feita a campanha? Os dois viajarA?o juntos?
Albuquerque: Em muitos lugares vA?o atuar juntos. Em outros, para potencializar mais a forAi??a da chapa, poderA?o ir sozinhos. Essa Ai?? nossa vantagem. Quando digo que temos dois candidatos estou dizendo que o vice pode mobilizar muita gente e o candidato a presidente tambAi??m. Nossa ideia Ai?? percorrer atAi?? junho as 200 maiores cidades do Brasil, aproveitando essa representatividade dos dois. Queremos ir lA? nas cidades polos e nA?o ficar apenas nas capitais. Ir lA? e ter contato com a imprensa local, o empresariado local, a universidade, os segmentos de cada regiA?o. NotAi??cias sA? das capitais nem sempre chegam no interior dos Estados.
BP: A alianAi??a PSB/Rede tem condiAi??A?o de dar maior visibilidade para Eduardo Campos, por enquanto apenas governador de Pernambuco?
Albuquerque: Foi uma alianAi??a perfeita de duas grandes lideranAi??as polAi??ticas do PaAi??s. A Marina, que Ai?? uma mulher incomum, enxergou no Eduardo o lAi??der capaz de quebrar a polaridade dos A?ltimos 20 anos, que Ai?? a disputa PT/PSDB, que governa e desgoverna o Brasil. Essa luta permanente de tucanos com petistas se exauriu. A Marina viu no Eduardo a lideranAi??a capaz de apresentar uma proposta nova. Nossas diferenAi??as e discordA?ncias se somam e nos fazem amadurecer cada vez mais. EstA? sendo uma experiA?ncia maravilhosa. A Marina chegou sem impor nada, sem reivindicar nada, o que Ai?? muito importante.
BP: O PV, ao qual Marina Silva jA? pertenceu, e pelo qual obteve quase 20 milhAi??es de votos em 2010, lanAi??ou agora a bandeira da descriminalizaAi??A?o da maconha e do aborto. Como o PSB vai tratar esses dois assuntos?
Albuquerque: Sobre o aborto nA?s achamos que a legislaAi??A?o brasileira, se bem aplicada e compreendida, pode servir muito a esse caos da saA?de pA?blica que o aborto clandestino proporciona. Na questA?o das drogas nA?o pode ser pensada apenas a maconha, em separado das outras drogas ilAi??citas. E tambAi??m nA?o se tem hoje um testemunho no mundo de que a liberaAi??A?o de fato foi positiva. O Uruguai recAi??m iniciou uma experiA?ncia. Quando Ai?? que nA?s vamos saber se a decisA?o de descriminalizar, ou liberar a venda, como no Uruguai, de fato vai diminuir os Ai??ndices de violA?ncia? O fato Ai?? que o Brasil Ai?? um PaAi??s tomado pelo trA?fico de drogas. EntA?o, temos de pensar a filosofia da liberaAi??A?o ou descriminalizaAi??A?o num PaAi??s hoje tomado pelo trA?fico e tomado por violA?ncia oriunda do trA?fico. Enquanto nA?o organizarmos o combate ao trA?fico, organizarmos as polAi??cias de fronteira, para combater o trA?fico, para reduzir a violA?ncia, nA?o podemos simplesmente tomar uma decisA?o sobre as drogas isoladamente. Eu, pessoalmente, sou contra esse tipo de liberalizaAi??A?o, porque onde passa um boi passa uma boiada depois. Mas Ai?? um assunto do qual nA?o temos nenhum problema em debater.
BP: O socialismo Ai?? uma doutrina que tem por fim o desenvolvimento. A Marina Silva tem restriAi??Ai??es ao desenvolvimento a qualquer custo. Como conciliar essas duas ideias?
Albuquerque: Hoje, hA? uma razA?o mundial de que a sustentabilidade Ai?? uma necessidade. Sustentabilidade nA?o Ai?? proibir o desenvolvimento. Sustentabilidade Ai?? vocA? produzir um desenvolvimento sem estragar o futuro, sem destruir o que temos. Ai?? uma atitude, uma forma de as pessoas serem. Ai?? possAi??vel convergir no mesmo rumo. O agronegA?cio brasileiro, sabemos, Ai?? moderno. Tem tecnologia, inovaAi??A?o. Mas todo mundo sabe que as pessoas nA?o vA?o continuar a comer sem saber a origem. NA?o vA?o comer carne sem saber onde foi criado o gado, o que esse animal comeu, que A?gua tomou. De forma que todos os setores produtivos tA?m de se adaptar a isso. E o mundo hoje clama pelo respeito ao meio ambiente. Ai?? possAi??vel ter desenvolvimento com sustentabilidade. Sustentabilidade Ai?? tambAi??m gerar energia, Ai?? matar a fome das pessoas. Acho que essas coisas sA?o compatAi??veis. NA?o hA? incompatibilidade entre desenvolvimento e sustentabilidade na nossa visA?o.
JoA?o Domingos