Estiagem
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Assessoria de Imprensa, 16/03/2005
Estiagem
Em visita a agricultores do Sul do país, Lula destaca criação do seguro rural
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou por cerca de 40 minutos na tarde desta quarta, dia 16, para aproximadamente 5 mil agricultores presentes na Praça da Bandeira, em Erechim, no norte do Rio Grande do Sul. O presidente ressaltou a importância da criação do seguro agrícola, no ano passado, para evitar que os agricultores sintam os efeitos da estiagem e do excesso de chuvas. O seguro destinado à agricultura familiar garante, em caso de perda da safra, a cobertura de 65% da renda estimada para a lavoura.
"Eu me pergunto porque há trinta, quarenta anos atrás as elites políticas, que governaram esse país até agora, não pensaram em criar o seguro agrícola. Antes do seguro agrícola era uma negociação interminável para a rolagem da dívida e os pequenos sempre com menos possibilidade de renegociar", afirmou para agricultores da cidade de Coronel Freitas, em Santa Catarina, região atingida pela seca que assola a região Sul. Lula destacou ainda que os governantes não podem se transformar em "personagens" que governam. "Nós temos consciência que o exercício do mandato é muito temporário. O governante não pode nunca deixar de querer ser para se transformar num personagem governante. Se assim o fizer, quando terminar o seu mandato, ele vai olhar para frente, vai olhar para trás e para os lados e ele vai se perguntar: aonde estão todos aqueles companheiros que eu pensei que estavam comigo quando eu estava no poder?" O presidente afirmou que não vai fugir dos problemas á frente da presidência da República."Se um dia por mais grave que tenha um problema, por mais desgraças que estejam acontecendo na nossa vida, eu não tiver coragem de encontrar com o meu povo é porque eu estou fazendo alguma coisa errada. Enquanto eu tiver consciência que estou fazendo as coisas que acredito, mais do que isso, fazendo as coisas que eu posso, para dizer não ou para dizer sim, para anunciar pouco ou para anunciar muito ou até para anunciar, podem ter certeza que eu estarei com vocês". Conforme o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que acompanhou o roteiro do presidente, o prejuízo causado pela seca no Rio Grande do Sul é de cerca de R$ 6 bilhões. “Não estamos diante de uma simples estiagem. Estamos diante de uma verdadeira calamidade. O Governo Federal não tem condições de responder por todos os prejuízos decorrentes da seca, mas está construindo um conjunto de medidas para minimizar o impacto da estiagem”, disse Albuquerque.
Para amenizar os efeitos da estiagem no Sul, o governo criou um pacote de ajuda para a região que prevê a liberação de R$ 300 milhões este ano, a antecipação dos créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para a safra de inverno – que somam R$ 800 milhões e a criação, junto com os governos estaduais, de um fundo para os agricultores que não são beneficiados pelo programa.
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