IndA?stria ferroviA?ria projeta a maior produA�A?o da histA?ria
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JORNAL DO COMERCIO – PORTO ALEGRE
CADERNO LOGA?STICA
Jefferson Klein
AmpliaA�A?o da malha e vigor do setor garantem o crescimento do modal.
O crescimento econA?mico do Brasil e a ampliaA�A?o da malha fA�rrea fazem com que as empresas de equipamentos, componentes e materiais ferroviA?rios apresentem um grande otimismo para este e para os prA?ximos anos. Entre 2010 e 2019, a estimativa da AssociaA�A?o Brasileira da IndA?stria FerroviA?ria (Abifer) A� de uma produA�A?o de cerca de 40 mil vagA�es, o melhor resultado desde a dA�cada de 1970, quando foram feitas em torno de 30,6 mil unidades. Quanto a locomotivas, deverA?o ser fabricadas aproximadamente 2,1 mil unidades e cerca de 4 mil carros de passageiros.
Esses nA?meros jA? comeA�arA?o a ser verificados em 2011. Segundo o presidente da Abifer, Vicente Abate, o faturamento da indA?stria ferroviA?ria nacional no ano passado foi de cerca de R$ 3 bilhA�es, contra R$ 2,1 bilhA�es em 2009. Para este ano, a estimativa A� de um desempenho de R$ 4 bilhA�es. AlA�m da expansA?o da malha ferroviA?ria, que deve saltar de cerca de 30 mil quilA?metros para 41 mil quilA?metros atA� 2020, a renovaA�A?o da frota, hoje composta por cerca de 3 mil locomotivas e 96 mil vagA�es, deve aquecer o mercado.
Em 2010, foram produzidas 65 locomotivas e a expectativa A� de que neste ano o nA?mero chegue perto de cem unidades. No caso de vagA�es de carga, no ano passado houve uma produA�A?o de cerca de 3,3 mil unidades. Abate ressalta que esse desempenho representou uma recuperaA�A?o do setor que foi impactado pela crise econA?mica internacional e, em 2009, atingiu um nA?mero de apenas 1.022 vagA�es. “Trata-se de um ressurgimento”, comemora o dirigente. A previsA?o para 2011 A� atingir um patamar de aproximadamente 5 mil vagA�es.
O segmento de carros de passageiros, que alcanA�ou uma produA�A?o de 421 unidades em 2010, deve chegar a cerca de 450 neste ano. Abate explica que a demanda da mobilidade A� constante e desde 2008 o setor supera a quantidade de 400 unidades produzidas. As empresas da A?rea tambA�m serA?o favorecidas nos prA?ximos anos com eventos como a Copa do Mundo de futebol de 2014 e as OlimpA�adas de 2016.
O presidente da Abifer lembra que a crise financeira mundial fez com que diminuA�sse o nA?mero de trabalhadores do setor, porA�m, essa mA?o de obra estA? sendo recuperada atualmente. No momento, entre empregos diretos e indiretos, existem em torno de 13 mil postos de trabalho. “A tendA?ncia natural, confirmando o crescimento, A� de que ocorra o acrA�scimo de contrataA�A�es”, adianta Abate.
Ele diz que a indA?stria ferroviA?ria brasileira estA? madura o suficiente para atender ao mercado nacional tanto em volume quanto em tecnologia. Hoje, hA? uma capacidade interna para fabricar atA� 12 mil vagA�es anuais. Para evitar a ociosidade, parte dessa capacidade A� usada tambA�m para fazer reformas. Abate acrescenta que as companhias do PaA�s tambA�m tA?m competA?ncia para realizar exportaA�A�es. Ele recorda que em 2005, quando foi alcanA�ado o pico de produA�A?o histA?rico, com 7.597 vagA�es, desse total, em torno de 400 foram exportados. No entanto, ele admite que no ano passado essa atividade foi impactada pela situaA�A?o desfavorA?vel do cA?mbio e pela recuperaA�A?o mais lenta do mercado internacional em relaA�A?o A� crise. Entre os principais destinos dos produtos brasileiros estA?o a AmA�rica Latina, a A?frica e o Oriente MA�dio.
Randon planeja exportaA�A�es para a AmA�rica do Sul e para a A?frica
A Randon, que possui uma participaA�A?o de cerca de 30% do mercado brasileiro de vagA�es, mira novos alvos. O diretor-executivo da Randon Implementos e ParticipaA�A�es, Norberto Fabris, conta que a empresa jA? planeja a exportaA�A?o de vagA�es, uma operaA�A?o que ainda nA?o A� feita pela companhia. Conforme o executivo, o grupo analisa oportunidades na AmA�rica do Sul e na A?frica. “Esse A?ltimo A� um mercado muito conhecido por nA?s”, diz Fabris. Ele lembra que a Randon vende carretas para aquele continente hA? 35 anos. “Estamos preparados para a hora que ganharmos o primeiro negA?cio, a exportaA�A?o nA?o nos assusta”, ressalta.
Fabris sA? lamenta a queda do poder de competitividade das companhias brasileiras no exterior. Entre os fatores que explicam esse cenA?rio estA?o a valorizaA�A?o do real e o alto custo do aA�o, alA�m da carga tributA?ria. Apesar do interesse nas exportaA�A�es, Fabris ressalta que o mercado nacional estA? crescendo, acompanhando a mudanA�a na matriz de transporte. O dirigente informa que no inA�cio da dA�cada passada as ferrovias absorviam 18% da movimentaA�A?o de cargas no PaA�s e, no momento, esse percentual estA? por volta de 26%. As concessionA?rias tA?m como meta alcanA�ar um patamar de 35%, dentro de aproximadamente dez anos.
Fabris enfatiza que a privatizaA�A?o no setor ferroviA?rio aumentou a eficiA?ncia dessa atividade. Entre os principais produtos deslocados pelo modal no momento estA?o minA�rios, grA?os e combustA�veis. Outro segmento que estA? crescendo A� o de contA?ineres. Fabris argumenta que o setor ferroviA?rio apresenta “altos e baixos”. Em 2002, diz ele, a produA�A?o de vagA�es foi muito pequena e, em compensaA�A?o, logo depois, em 2005, foram fabricadas mais de 7 mil unidades atingindo um recorde histA?rico. Esse A?ltimo resultado, explica o executivo, deveu-se ao bom momento econA?mico do PaA�s, em particular o do segmento de mineraA�A?o. A Vale foi uma das empresas que mais adquiriu vagA�es naquele ano, seguida da MRS e da ALL.
Atualmente, o preA�o de um vagA?o, dependendo do modelo, pode variar de R$ 160 mil a R$ 300 mil. As plantas de produA�A?o de vagA�es da Randon localizam-se em Caxias do Sul e Guarulhos (SP). A capacidade de fabricaA�A?o A� de dez unidades por dia. “Mas podemos ampliar se for necessA?rio”, revela Fabris.
Um dos focos da A?rea de engenharia da companhia A� diminuir cada vez mais o peso dos vagA�es. O modelo de vagA?o Hopper HFT, produzido com aA�o de alta resistA?ncia, permitiu reduA�A?o de 3,4 mil quilos comparado ao modelo jA? fabricado pela empresa, que caiu de 29,5 mil quilos para 26,1 mil quilos. O vagA?o GA?ndola GDT tambA�m trouxe como principal vantagem a reduA�A?o do peso do produto vazio. A diminuiA�A?o de 11,3% significa um ganho de carga transportada de atA� 726 toneladas por viagem, considerando a composiA�A?o de 330 vagA�es.
Abifer solicita prorrogaA�A?o do PSI
Um dos mecanismos que propiciou a melhora do desempenho da indA?stria ferroviA?ria nos A?ltimos anos foi o Programa de SustentaA�A?o do Investimento (PSI), do Banco Nacional do Desenvolvimento EconA?mico e Social (Bndes), criado em 2009. Trata-se de uma linha de financiamento de longo prazo, com juros competitivos. Como o programa tem previsA?o de terminar em marA�o deste ano, o presidente da AssociaA�A?o Brasileira da IndA?stria FerroviA?ria (Abifer), Vicente Abate, sugere que o prazo dele seja estendido atA� o final de 2011 para alavancar ainda mais o setor.
Para isso, a Abifer encaminhou um ofA�cio A� presidente da RepA?blica, Dilma Rousseff, solicitando a manutenA�A?o do PSI. Outras entidades – Sindicato Interestadual da IndA?stria de Materiais e Equipamentos FerroviA?rios e RodoviA?rios (Simefre), AssociaA�A?o Nacional dos Fabricantes de A�nibus (Fabus) e AssociaA�A?o Nacional dos Fabricantes de Implementos RodoviA?rios (Anfir) – tambA�m assinaram o documento. A essA?ncia do PSI foi o alongamento dos prazos para pagamento (oito e dez anos, dependendo do produto) e taxas de juros (8% e 5,5%). Se essa linha de crA�dito acabar, a indA?stria de transporte irA? sofrer novamente uma retraA�A?o muito alta, gerando desemprego em grandes proporA�A�es, ressalta o documento.a�?
De acordo com Abate, o PSI possibilitou que as concessionA?rias antecipassem suas aquisiA�A�es. Para 2012, entre carteira e opA�A�es de compras, estA? encaminhada a transaA�A?o de, pelo menos, 4 mil vagA�es. “Isso possibilita uma visA?o de mA�dio prazo, que nA?o havia anteriormente”, diz Abate. Essa caracterA�stica facilita o planejamento das empresas em relaA�A?o a fatores como, por exemplo, a programaA�A?o da mA?o de obra.
Estado espera ampliaA�A?o da Norte-Sul atA� Rio Grande
Uma das obras ferroviA?rias de interesse do Estado, presente no PAC 2, A� a ferrovia Norte-Sul, que serA? expandida de Panorama (SP)-ChapecA? (SC) atA� o porto do Rio Grande. O secretA?rio estadual de Infraestrutura e LogA�stica, Beto Albuquerque, acredita que esse empreendimento possa ser implantado em cerca de oito anos. Ele destaca que A� fundamental, depois de consolidado esse tronco principal, estender ramais secundA?rios para as zonas de produA�A?o do Rio Grande do Sul.
Outro objetivo sustentado por Albuquerque A� a retomada das discussA�es da formaA�A?o da Ferrosul. “O Rio Grande do Sul tem que se unir com os estados vizinhos para ganhar forA�a nas discussA�es que envolvem o transporte ferroviA?rio”, comenta o secretA?rio. A ideia da Ferrosul consiste na criaA�A?o de uma nova empresa, constituA�da pelos estados que integram o Conselho de Desenvolvimento do Sul (Codesul). A iniciativa permitirA? a integraA�A?o das malhas fA�rreas gaA?cha, de Santa Catarina, ParanA? e Mato Grosso do Sul, aumentando o potencial de investimento. Entre os possA�veis projetos da nova companhia estaria a ligaA�A?o entre Porto Alegre e Pelotas, que viabilizaria um trajeto fA�rreo mais curto entre a regiA?o Metropolitana e o porto do Rio Grande. Essa ampliaA�A?o A� estimada em cerca de US$ 400 milhA�es. Para Albuquerque os investimentos em ferrovias podem ser pA?blicos, privados, e tambA�m atravA�s de parcerias.
O secretA?rio diz que o crescimento econA?mico do Estado gera oportunidades para o desenvolvimento ferroviA?rio na regiA?o. “E o papel da secretaria serA? o de promover a multimodalidade no Estado”, afirma. Ele defende que A� necessA?rio evitar a concentraA�A?o do transporte de cargas pelo modal rodoviA?rio.
PAC 2 prevA? investimento de R$ 43,9 bi para construir 4,5 mil quilA?metros de ferrovias
A segunda fase do Programa de AceleraA�A?o do Crescimento (PAC 2) prevA? um investimento de R$ 43,9 bilhA�es em ferrovias, entre os anos de 2011 e 2014. Os recursos serA?o empregados, entre outras aA�A�es, na expansA?o da malha, em mais de 4,5 mil quilA?metros, e na construA�A?o de ferrovias de bitola larga. O governo pretende incentivar o desenvolvimento de um moderno sistema ferroviA?rio integrado e de alta capacidade. AlA�m disso, o foco A� fazer a ligaA�A?o de A?reas de produA�A?o agrA�cola e mineral aos portos, indA?strias e mercado consumidor. A UniA?o indica ainda a revisA?o do modelo regulatA?rio para criar um ambiente competitivo no transporte de cargas e estimular novos investimentos.
O diretor-executivo da AssociaA�A?o Nacional dos Transportadores FerroviA?rios (ANTF), Rodrigo VilaA�a, sustenta que a elevaA�A?o da participaA�A?o das ferrovias na matriz de transportes contribuirA? para diminuir os custos logA�sticos da movimentaA�A?o de cargas. Ele critica o fato de o crescimento econA?mico do PaA�s nA?o ter sido acompanhado por investimentos em obras de infraestrutura. VilaA�a defende que A� necessA?rio dobrar a extensA?o da malha atual de ferrovias, para absorver as demandas dos prA?ximos dez anos.
O presidente da Ferroeste S.A., MaurA�cio Querino Theodoro, A� outro defensor da expansA?o da malha fA�rrea brasileira. “Precisamos construir troncos principais que liguem o Sul ao Norte e o Leste ao Oeste”, salienta o dirigente. Ele enfatiza que o transporte ferroviA?rio A� vocacionado para atender amplas distA?ncias e grandes volumes. A empresa, que atua na malha paranaense movimentou, no ano passado, em torno de 940 mil toneladas em cargas e a expectativa A� dobrar esse volume em 2011. As principais cargas deslocadas no sentido Litoral-Interior pela ferrovia no ParanA? sA?o adubos e combustA�veis. No sentido inverso (exportaA�A�es), predominam as commodities agrA�colas como soja e trigo.
A companhia ALL, que entre outras concessA�es detA�m a da malha ferroviA?ria do Rio Grande do Sul, estima ter crescido, em 2010, em 11,5% o volume de cargas transportado no Brasil, e em 3,6% na Argentina. Nos primeiros noves meses de 2010, o incremento da geraA�A?o de caixa operacional consolidado da empresa foi de 12,2%. O lucro lA�quido aumentou em 134%, de R$ 95,4 milhA�es para R$ 223,1 milhA�es. Nesse perA�odo, o volume de carga cresceu 5,9%, somando 32 bilhA�es de TKUs (tonelada por quilA?metro A?til transportada).
Maior companhia ferroviA?ria do PaA�s, a ALL possui uma malha de 21,3 mil quilA?metros de extensA?o, que abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, ParanA?, SA?o Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e as regiA�es de Paso de los Libres, Buenos Aires e Mendoza, na Argentina. Opera uma frota de 1.095 locomotivas, 31,65 mil vagA�es e 650 veA�culos rodoviA?rios, entre prA?prios e agregados, e conta com unidades localizadas em pontos estratA�gicos para embarque e desembarque de carga.
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