JORNAL DO COMÉRCIO – PORTO ALEGRE: Dez partidos ainda não definiram quem apoiar
- Posted by:
- Posted in: Beto na Mídia, Geral, Notícias
- Tags
Dos 35 partidos registrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 10 ainda não decidiram como se posicionar nas eleições que definirão o governador do estado do Rio Grande do Sul para os próximos quatro anos. Em meio ao período de convenções partidárias, as negociações entre siglas se intensificam, e os postulantes ao maior cargo político do Estado brigam pelo apoio das últimas siglas restantes. Às 10h de hoje, o PRB deve declarar apoio ou ao MDB ou ao PSDB. Presidente estadual do partido, o deputado federal Carlos Gomes esteve reunido com o governador José Ivo Sartori (MDB) por mais de uma hora na quinta-feira passada e manteve contato também com Eduardo Leite (PSDB).
A sigla deverá se coligar com um dos dois partidos. O PR é outro que pode declarar hoje qual será a sigla escolhida. No mais tardar, amanhã, o partido deverá fazer um anúncio interno e comunicar a decisão à imprensa, afirmou o deputado federal Giovani Cherini, presidente estadual do PR. Na quarta ou na quinta-feira desta semana, um bloco de quatro partidos deve anunciar a quem dará suporte na corrida. Segundo o presidente do PTC no Rio Grande do Sul, José Wellington, seu partido, em conjunto com o PSC, o PMN e o PRP, deve decidir um entre quatro candidatos. “Com o Jairo Jorge (PDT) está difícil. Temos possibilidades com o Eduardo Leite, o Luis Carlos Heinze (PP) e o Sartori”, afirmou Wellington. A Rede aguarda a decisão de Sartori sobre sua possível tentativa de reeleição. O atual governador ainda não afirmou com todas as letras se disputará o Piratini em outubro, mas a Rede espera um possível apoio de Sartori à candidatura de Marina Silva (Rede) à presidência do País. O PRTB está no momento sem direção estadual e não participará das eleições gaúchas. A reportagem não conseguiu contato com as representações estaduais de PCO, DC e Patriota.
NOVO e PSOL são primeiros partidos a oficializarem candidatos ao governo do Estado
Os primeiros partidos a realizarem suas convenções estaduais e definirem seus candidatos no Rio Grande do Sul foram o NOVO e o PSOL. Na sexta-feira, o ex-secretário do Planejamento de Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010) Mateus Bandeira foi oficializado como candidato a governador pelo NOVO. No domingo, o PSOL confirmou o nome do vereador Roberto Robaina para disputar o Palácio Piratini. A convenção do NOVO reuniu centenas de filiados no Chalé da Praça XV, em Porto Alegre, onde também foi celebrado o nome do vice de Bandeira, o ex-procuradorgeral do Município Bruno Miragem. Uma das duas vagas ao Senado vai ser preenchida pelo empresário Sérgio Suslik Weis. Nas chapas proporcionais, a legenda lançou 25 candidatos para a Assembleia Legislativa e 18 para a Câmara dos Deputados.
Entre os candidatos a deputado federal, está o ex-deputado estadual Marcel Van Hattem, que trocou o PP pelo NOVO no início do ano, justamente para disputar as eleições. O NOVO não vai fazer coligações, conforme diretriz nacional do partido. “Essas candidaturas representam todos que estão cansados de sustentar um Estado obeso e a corrupção, todos que estão cansados da velha política. São cidadãos comuns que acreditam que a mudança se faz com atitude, sem usar os impostos dos cidadãos”, resumiu Bandeira – fazendo menção ao compromisso do partido em não usar verba do Fundo Partidário. No domingo, o PSOL reuniu sua militância na Câmara Municipal de Porto Alegre, onde lançou a chapa da coligação “Independência e luta para mudar o Rio Grande (PSOL-PCB)”, liderada por Robaina. A vaga de vice ficou com a professora de História da rede estadual Camila Goulart (PSOL). O evento ainda confirmou as candidaturas ao Senado do advogado viamonense Romer Guex (PSOL) e do trabalhador dos Correios Cleber Soares (PCB). “Vamos mostrar que é possível governar o Rio Grande do Sul de outra forma, sem atacar os servidores públicos. Queremos fortalecer uma política de segurança pública que respeite a comunidade e não tenha como alvo massacrar a juventude pobre da periferia, valorizando os policiais e combatendo prioritariamente os crimes contra a vida”, defendeu Robaina. No plano das finanças públicas, o candidato ao governo do Estado do PSOL defendeu o combate à “sonegação e isenções fiscais que privilegiam apenas grandes empresas” e defendeu “a suspensão do pagamento da dívida do Estado com a União e a revogação da Lei Kandir”. No evento de domingo, a sigla também definiu que a campanha do PSOL vai buscar o fim do auxílio-moradia a integrantes do Judiciário. Nas proporcionais, a sigla oficializou uma nominata com 27 candidatos a deputado estadual. Entre eles, o deputado estadual Pedro Ruas e a ex-deputada Luciana Genro. O partido também vai ter 46 nomes disputando o cargo de deputado federal, como por exemplo a vereadora Fernanda Melchionna.
No sábado, o PSB também se reuniu com a sua militância no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa. Mas ao contrário dos eventos do NOVO e do PSOL, a reunião do PSB não foi uma convenção, mas um congresso estadual – que contou inclusive com a presença do governador José Ivo Sartori (MDB). No evento, cerca de 700 lideranças do PSB aprovaram por unanimidade o apoio à reeleição de Sartori e indicação de Beto Albuquerque (PSB) para disputar uma das vagas ao Senado na chapa liderada pelo emedebista. O governador lembrou que a parceria com o PSB teve início na prefeitura de Caxias do Sul, em 2008, e teve continuidade na eleição à presidência da República, em 2014.
“Continuamos a parceria, com (o falecido candidato à presidência da República) Eduardo Campos (PSB) e Beto Albuquerque. Plantamos uma semente de amizade, confiança e solidariedade. Um novo projeto para o Rio Grande e para o Brasil. Com o falecimento de Eduardo, seguimos juntos com a (então filiada ao PSB) Marina Silva (hoje na REDE) e o Beto. Aqui no Estado, tivemos o apoio dos deputados estaduais do PSB, que enfrentaram, muitas vezes, interesses pessoais e colocaram o Rio Grande acima de tudo”, lembrou Sartori.
PRÉ-CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO
ABIGAIL PEREIRA (PCdoB) Coligação: Chapa pura EDUARDO LEITE (PSDB) Coligação: PSDB, PTB, PPS, PHS JAIRO JORGE (PDT) Coligação: PDT, PV, SD, Pode, Avante e PPL LUIZ FERNANDO PORTELLA (PMB) Coligação: Chapa pura JOSÉ IVO SARTORI (MDB) Coligação: MDB, PSD, PSB JÚLIO FLORES (PSTU) Coligação: chapa pura LUIS CARLOS HEINZE (PP) Coligação: PP, DEM, Pros, PSL MATEUS BANDEIRA (NOVO) Coligação: Chapa pura MIGUEL ROSSETTO (PT) Coligação: Chapa pura ROBERTO ROBAINA (PSOL) Coligação: PSOL-PCB
José Fogaça pode disputar Senado pelo MDB
A desistência do ex-governador Germano Rigotto (MDB) de concorrer ao Senado causou mudanças consideráveis na disputa das duas vagas ao Senado no Rio Grande do Sul. Com a desistência de Rigotto, e o recuo da candidatura do ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunatti (PSB), restam agora pelo menos quatro nomes fortes na eleição para senador: o dos senadores Paulo Paim (PT) e Ana Amélia Lemos (PP), o de Beto Albuquerque (PSB), e o do deputado federal José Fogaça (MDB) cotado para ser o substituto de Rigotto na chapa majoritária de Sartori. As lideranças do MDB se reúnem com o governador José Ivo Sartori (MDB) amanhã, ao meio dia, para buscar outro candidato.
“Entre os nomes do partido (para concorrer a senador), temos o do deputado federal José Fogaça (MDB). Ele já foi senador pelo nosso partido e acreditamos que tem um bom potencial. Mas vamos ouvir o Sartori sobre isso. Afinal, a composição da chapa majoritária tem que levar em conta a opinião dele”, ponderou o presidente estadual do MDB, Alceu Moreira. Entretanto, reconheceu que o desafio para a sigla não é a falta de quadros, mas sim a profusão de nomes dispostos a concorrer ao Senado. O ex-deputado estadual Ibsen Pinheiro (MDB) e o deputado federal Darcísio Perondi (MDB) já haviam manifestado a intenção de se candidatarem. Germano Rigotto (MDB) justificou sua desistência com dois argumentos: primeiro, a falta de tempo para organizar a campanha; segundo, a falta de motivação diante da reforma política aprovada em 2017 que, neste ano, deve dificultar a renovação no Congresso Nacional. Na avaliação do ex-governador, como a chapa majoritária em torno de Sartori demorou para se desenhar, agora não haveria mais tempo para organizar uma campanha competitiva. “O problema não é a definição do Sartori sobre sua candidatura, é a indefinição da chapa majoritária. Demorou muito para sair uma decisão sobre a outra vaga ao Senado (cujo candidato, Beto Albuquerque, foi indicado pelo PSB). E, enquanto isso, deixei a minha vaga à disposição do partido para atrair novos aliados.
Agora fica difícil organizar uma equipe”, analisou o ex-governador. Além disso, revelou que se sente desmotivado diante do Congresso Nacional que deve emergir das urnas em 2018. “A reforma política vai dificultar a renovação, que, na minha opinião, não vai chegar a 30%. Além disso, não vai reduzir substancialmente o número de bancadas. Vamos ter em torno de 22 ou 23 partidos. Aí é feito para não dar certo, dificulta o trabalho”, avaliou. De qualquer forma, o recuo de Rigotto não foi o único na corrida pelas duas vagas ao Senado. Na convenção deste sábado, o PSB – principal aliado de Sartori na tentativa de reeleição – confirmou que vai lançar apenas Beto Albuquerque ao Senado, ao contrário do plano inicial que previa também a candidatura de Fortunatti. Os senadores Paulo Paim (PT) e Ana Amélia Lemos (PP) vão buscar a reeleição. O PT, que vai disputar o governo do Estado com Miguel Rossetto, ainda não tem o nome da segunda vaga ao Senado. O PP, cujo postulante ao Palácio Piratini é Luis Carlos Heinze (PP), recebeu indicação do PROS para a segundo candidato a senador – o professor Paulo Bogado. A chapa liderada pelo ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) recebeu indicação de um aliado – o PPS – para uma das candidaturas a senador: Mário Bernd. O PSOL também oficializou seus dois nomes ao Senado Federal na convenção do partido no dia de ontem: Romer Guex (PSOL) e Cléber Santos (PCB). O PCdoB também já tem um nome para o Senado agora: o vereador de Cruz Alta Everlei Martins. As chapas lideradas pelo ex-prefeito de Canoas Jairo Jorge (PDT), Luiz Fernando Portella (PMB) e Júlio Flores (PSTU) ainda não definiram nenhum nome para concorrer ao Senado.