Metade Sul receberA? atenA�A?o especial, diz Beto Grill
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JORNAL DO COMA�RCIO – PORTO ALEGRE
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”Nenhuma divergA?ncia minha com o governador vai trazer prejuA�zo ao RS”, diz vice-governador.HA? 40 anos, desde que Euclides Triches assumiu o governo do Estado, tendo Edmar Fetter, de Pelotas, como vice-governador, o Rio Grande do Sul nA?o tinha um representante da Metade Sul no nA?cleo do poder. a�?Alceu Collares (PDT, governador de 1991-1994) A� de BagA� e Antonio Britto (governador de 1995 a 1998) de Livramento, mas eram radicados em Porto Alegre. Eu sempre vivi na Metade Sula�?, diferencia-se o novo vice-governador do Estado, Beto Grill (PSB).
E alA�m das funA�A�es constitucionais de vice, Grill terA? sua atuaA�A?o focada no combate A�s desigualdades regionais, o que inclui uma atenA�A?o especial para sua regiA?o, considerada uma das mais empobrecidas do territA?rio gaA?cho. Na primeira semana de trabalho, o representante do PSB jA? comandou reuniA�es para combater os efeitos da estiagem.
Nesta entrevista ao Jornal do ComA�rcio, tambA�m fala de suas outras duas atribuiA�A�es – interlocuA�A?o com a prefeitura de Porto Alegre para projetos conjuntos, como os preparativos A� Copa do Mundo de 2014, e dar visibilidade A�s aA�A�es de educaA�A?o no trA?nsito. E avalia o crescimento do PSB no Estado e no PaA�s, alA�m de analisar a participaA�A?o da legenda no governo.
Jornal do ComA�rcio – Como foi o convite para ser candidato a vice-governador?
Beto Grill – Procuramos construir a candidatura do partido. Quando observou-se que nA?o conseguirA�amos reunir as condiA�A�es polA�ticas necessA?rias, optou-se pela aproximaA�A?o com o PT. E, em bloco com o PCdoB, fomos conversar e surgiu a oportunidade para que o PSB indicasse o vice, pela primeira vez. AtA� entA?o o PT, na Frente Popular, indicava o vice. E se chegou ao meu nome. Naquele momento, nA?o havia certeza do resultado, era uma tarefa partidA?ria, e aceitei. JA? tinha, inclusive, uma candidatura a deputado estadual estruturada, bem organizada.
JC – Na campanha, o governador Tarso Genro (PT) destacava a importA?ncia de ter um vice da Metade Sul.
Grill – Faz 40 anos que o Rio Grande do Sul nA?o tem um representante da Metade Sul nos altos cargos do governo. O A?ltimo foi o Edmar Fetter, vice do Euclides Triches (governador de 1971 a 1975). E nA?o foi eleito, foi indicado. O primeiro a ser eleito sou eu. E o governador tem me solicitado a coordenar aA�A�es polA�ticas para combater as desigualdades regionais. AlA�m das funA�A�es constitucionais de vice, tenho esse trabalho jA? definido.
JC – Focado na Metade Sul?
Grill – Isso nA?o se encerra na Metade Sul, vou trabalhar com todas as desigualdades regionais. A regiA?o Noroeste tem dificuldades grandes. Vamos fazer um projeto que compreenda globalmente o Rio Grande do Sul. Mas vou ter um olhar especial para a Metade Sul, porque A� ali que se concentram as maiores dificuldades. Estamos procurando aA�A�es que tenham uma resposta efetiva da economia, um crescimento harmA?nico. A� pelo bem do conjunto do Estado, vai trazer um equilA�brio. Por exemplo, o pessoal da Escola TA�cnica de Pelotas, centro de referA?ncia, vem para o eixo Porto Alegre-Caxias do Sul, para competir por uma vaga de um jovem dessa regiA?o. EntA?o, se ele tiver oportunidade e ficar lA?, A� melhor para todo mundo.
JC – Em que estA?gio estA? esse trabalho?
Grill – Montamos uma equipe composta por cinco assessores superiores: pesquisadores de universidades que jA? tA?m um trabalho com organizaA�A?o microrregional. E esse pessoal estA? buscando todos os dados que jA? foram levantados – estudos dos Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento), de universidades, Rumos 2015, Agenda 2020, um trabalho do MinistA�rio da IntegraA�A?o Nacional, coordenado por Ciro Gomes (PSB) sobre a regiA?o do Cone Sul. Estamos reunindo esse material para elencar, com as diversas secretarias e atores dessas regiA�es, o que pode alavancar o modelo de desenvolvimento. E, ao mesmo tempo, ver questA�es microrregionais mais pontuais.
JC – Por exemplo.
Grill – A gente vai pensar no macro, a longo prazo. Mas tem tambA�m a ponte que liga SA?o JerA?nimo a Triunfo, A� pontual, mas seguramente vai trazer uma resposta muito grande para aquela regiA?o do carvA?o. Vamos trabalhar a duplicaA�A?o da BR-116, a segunda ponte sobre o GuaA�ba. EntA?o, farei a articulaA�A?o polA�tica para questA�es pontuais e nas questA�es macro vou ser o coordenador desse grupo.
JC – E o diagnA?stico, quanto tempo levarA??
Grill – Estimo em 60 dias. MarA�o jA? comeA�arA? com projetos tramitando. E buscaremos sempre a parceria do setor produtivo – os empreendedores da regiA?o estA?o receptivos. Mudou a autoestima com o porto do Rio Grande, o polo naval, a gente vA? nos municA�pios a construA�A?o civil num ritmo muito maior, a resposta da economia, do comA�rcio, hA? uma diversificaA�A?o da produA�A?o. Tem a proposta da energia eA?lica, a perspectiva de investir na produA�A?o de carne, com o projeto Melhor Carne do Mundo. EstA? se criando um ambiente favorA?vel.
JC – Na primeira metade da dA�cada – atA� 2006, 2007 – a a�?salvaA�A?oa�? da Metade Sul era o plantio de eucalipto e trA?s projetos industriais de papeleiras. Que foram adiados. Esse setor ainda pode deslanchar?
Grill – Esse setor tambA�m deve ser incluA�do no contexto da regiA?o, tem espaA�o para a silvicultura. Mas nA?o vai ser a salvaA�A?o da pA?tria. Temos que comeA�ar estimulando a base produtiva instalada. Provocando, potencializando as nossas vocaA�A�es – a lavoura de arroz, a criaA�A?o de gado, commodities, aquilo que o turismo jA? tem na regiA?o Sul, estimular para que tenham mais valor agregado, gerem mais renda. A agricultura familiar A� importante. E, ao lado de tudo isso, estimular inovaA�A�es.
JC – Como?
Grill – Tudo que tiver de inovaA�A?o, a gente – junto com a (secretaria de) CiA?ncia e Tecnologia e o governo federal – vai estimular. Pelotas jA? tem lA? um polo de tecnologia, empresas com produtos da A?rea da saA?de estA?o competindo no mercado internacional, colocando produtos fabricados em Pelotas por todo o Brasil. SA?o trA?s grandes universidades: a Furg, em Rio Grande; a UFPel, a UCPel e vA?rias outras universidades, agora a UniPampa, a Universidade da Fronteira-Sul, particulares, comunitA?rias, escolas tA�cnicas. Tem uma rede para preparar o nosso pessoal para as inovaA�A�es, para melhorar o processo econA?mico. Agora, o grande diferencial A� a maneira como o empresariado estA? reagindo. O pessoal era acomodado, tinha receio, e hoje, nA?o, querem investir. SA?o jovens que estA?o assumindo o negA?cio dos pais com outra visA?o de inovaA�A?o.
JC – O senhor tambA�m estA? atuando no combate A� estiagem.
Grill – A� uma aA�A?o ligada A� Metade Sul e devemos tomar uma atitude permanente em funA�A?o dessa questA?o climA?tica. Discutir o que podemos fazer como governo para enfrentar esse momento, 60 dias, 90 dias de seca, como distribuir A?gua potA?vel com caminhA�es.
JC – O senhor ainda farA? a articulaA�A?o para os projetos conjuntos com a prefeitura de Porto Alegre.
Grill – Este sA? vou coordenar a formaA�A?o do grupo, na relaA�A?o com a prefeitura de Porto Alegre, distribuir as tarefas, para que a gente possa definir quais sA?o as obras, as aA�A�es polA�ticas, que sA?o de interesse do governo municipal e do governo estadual.
JC – Na reuniA?o na Federasul, entre Tarso e o prefeito JosA� Fortunati (PDT), se falou em Cais MauA?, metrA? e obras preparatA?rias A� Copa do Mundo de 2014.
Grill – Tem o aeroporto, a ponte do GuaA�ba, manutenA�A?o das estradas da Grande Porto Alegre. Vamos discutir quem deve assumir cada obra: A� o Estado, A� o municA�pio? E definir, de maneira rA?pida com o governo municipal, as contribuiA�A�es conjuntas em cada projeto, o que um faz e o que faz o outro para potencializar o resultado das aA�A�es. Existe bastante coisa jA? avanA�ada pelo governo do Estado.
JC – Outra atribuiA�A?o sua serA? ligada A� educaA�A?o no trA?nsito.
Grill – PolA�ticas de trA?nsito seguro ficaram a cargo da coordenaA�A?o do vice-governador. Por quA?? Entendemos que, estando junto ao vice-governador, dA? maior visibilidade. TambA�m montamos uma equipe e vamos desenvolver um projeto em conjunto com A?rgA?os do Estado, Detran, secretarias da SaA?de, EducaA�A?o e afins que interajam com a questA?o do trA?nsito, PolA�cia RodoviA?ria Federal, Dnit, EPTC aqui em Porto Alegre, a sociedade.
JC – Quantas pessoas compA�em a equipe que vai coordenar as questA�es de trA?nsito?
Grill – TrA?s pessoas. Vamos fazer um comitA? de gerenciamento do trA?nsito seguro, buscando uma sA�rie de atividades que previnam acidentes, evitar imprudA?ncias. Queremos campanhas em uma polA�tica de Estado, de forma continuada. E a articulaA�A?o de esforA�os da sociedade civil, governo do Estado e do governo federal. O objetivo A� superar a meta estabelecida para esta dA�cada pela OrganizaA�A?o Mundial da SaA?de (OMS), que A� de reduA�A?o de 50% do nA?mero de acidentes com mortes em dez anos.
JC – Como o senhor avalia a distribuiA�A?o de poder no governo do Estado e o espaA�o do PSB?
Grill – A relaA�A?o com o PSB A� boa. As pessoas podem pensar diferente, temos opiniA�es e valores prA?prios, e eventualmente isso pode trazer uma divergA?ncia, que deve ser superada. Vejo isso de forma natural em um governo com sete partidos na coalizA?o, em que num segundo momento se acrescentaram partidos que nA?o estiveram conosco no primeiro turno, isso causa alguns transtornos, algum mal-estar, as pessoas podem nA?o ser totalmente contempladas em suas pretensA�es. Mas durante o processo as coisas irA?o se acomodando.
JC – De que forma?
Grill – Temos um objetivo maior, um compromisso maior, que assumimos quando oferecemos ao Rio Grande uma alternativa. E hoje as pesquisas mostram quase 80% de expectativa positiva ao governo. Isso A� um compromisso que temos e vamos cumprir. A� possA�vel que eu possa ter divergA?ncias com o governador e o PSB possa ter divergA?ncias com outros partidos da coalizA?o. Agora, nenhuma divergA?ncia minha com o governador vai trazer prejuA�zo para o Estado do Rio Grande do Sul, seja qual for a circunstA?ncia. Cada um com seu modo de pensar, cada um com a sua vivA?ncia. O governador A� um acadA?mico, um intelectual, uma pessoa que tem um conhecimento mundial; eu sou um polA�tico regionalizado, mas temos afinidades. Temos muita coisa em comum e isso diminui a chance de nA?s divergirmos. Mas, se isso acontecer, vamos conversar e acertar.
JC – E nA?o hA? perigo de uma resposta da bancada do PSB na Assembleia Legislativa?
Grill – NA?o. Podemos eventualmente mudar um projeto, questionar, buscar discutir e oferecer uma sugestA?o.
JC – AlA�m do espaA�o de vice-governador, o PSB aumentou suas bancadas nos Legislativos nas eleiA�A�es de 2010. Qual a repercussA?o para o partido no Estado?
Grill – A resposta estamos observando no dia a dia, no Interior do Estado, na Grande Porto Alegre, e na votaA�A?o que tivemos. Aumentamos a bancada federal, de um para trA?s deputados federais. Beto Albuquerque (atual secretA?rio estadual de Infraestrutura) foi o segundo mais votado no Estado. E o PSB deve ter sido o partido que mais cresceu no Brasil. Elegeu seis governadores. Isso repercute aqui no Rio Grande do Sul, temos aqui um vice-governador. EntA?o, o partido estA? se fortalecendo. Diria que isso A� fruto da nossa coerA?ncia ideolA?gica, das propostas que tA?m se mantido no mesmo campo sempre. O partido vai crescer.
JC – Isso repercute nas eleiA�A�es municipais de 2012?
Grill – NA?o tenho dA?vidas. Tenho certeza de que vamos aumentar o nA?mero de prefeitos significativamente, aumentar o nA?mero de vereadores. E vamos procurar reproduzir a Unidade Popular pelo Rio Grande (PT-PSB-PCdoB-PR) onde for possA�vel, sustentar esse mesmo bloco.
Perfil
Jorge Alberto Eduardo de Grill, 56 anos, A� natural de Pelotas, mas na tenra infA?ncia foi morar em SA?o LourenA�o do Sul, em uma A?rea que hoje A� o municA�pio de Cristal. Fez Medicina na Furg e tem especializaA�A?o em Ortopedia e Traumatologia. Despertou para a polA�tica na faculdade e tornou-se simpatizante do MDB. Mas sua primeira filiaA�A?o partidA?ria foi nos anos 1980 no PDT, de Leonel Brizola. Em 1988, disputou a prefeitura de SA?o LourenA�o do Sul, onde atuava como mA�dico. Elegeu-se deputado estadual em 1990. Dois anos depois, voltou a concorrer ao Executivo e desta vez foi escolhido prefeito de SA?o LourenA�o. Em 1998, Beto Grill deixou o PDT e, no ano seguinte, filiou-se ao PSB, sigla em que permanece atA� hoje. Passou a atuar como mA�dico em CamaquA?. E foi eleito em 2000 prefeito de Cristal – municA�pio onde fixou residA?ncia – e reeleito em 2004. Dois anos mais tarde, disputou o PalA?cio Piratini, e, em 2007 e 2008, coordenou a bancada do PSB na Assembleia Legislativa. Foi escolhido para representar o partido na chapa com Tarso Genro (PT) e se tornou vice-governador do Estado.
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