“O porto de Rio Grande é o segundo mais importante do País e isso justifica os investimentos do governo federal para que Rio Grande se torne o principal porto do Cone Sul”. A afirmação é do ministro da Especial de Portos, Pedro Brito (PSB) que esteve no município ontem (17), para visitar o trabalho de ampliação dos molhes da barra. Pedro Brito, que esteve acompanhado do vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (PSB-RS), anunciou a liberação de R$ 420 milhões, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para a continuidade da ampliação dos Molhes da Barra e a dragagem de aprofundamento do calado do canal de acesso ao porto. Segundo o ministro, a pesquisa realizada pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) avaliou os 29 principais portos brasileiros, hierarquizando-os por importância a partir de critérios como investimentos já realizados e localização estratégica. “A classificação se deu com base em critérios técnicos e não políticos”, explicou. Pela manhã, após reunião com o prefeito Janir Branco, Brito e Albuquerque visitaram o Comando do 5º Distrito Naval, e sobrevoaram a área do Superporto e as obras de ampliação dos molhes, cujo investimento do governo federal é estimado em R$ 282,8 milhões. “Somada ao aprofundamento do canal de acesso marítimo, a obra criará as condições necessárias de infra-estrutura para que Rio Grande se torne o principal porto do Cone Sul”, afirmou Albuquerque. Também estiveram no Terminal de Contêineres e na sede do Consórcio CBPO, responsável pelas obras de ampliação dos Molhes da Barra. Após almoço no Centro de Navegação Rio-grandense (Centronave), com lideranças portuárias, políticas, sindicais e comunitárias, foi ao Sindicato dos Portuários, à Superintendência do Porto do Rio Grande, à Quip, responsável pela construção de módulos da plataforma oceânica P-53, e ao dique seco.
Embora esteja entre os principais portos do país em movimentação de produtos do setor agrícola, há vários anos, Rio Grande mantém sua movimentação estabilizada em torno de 20 milhões de toneladas anuais. “A obra é fundamental. O Porto de Rio Grande tem localização privilegiada em relação aos demais países do Mercosul. Os investimentos em sua infra-estrutura permitirão o aumento da movimentação de cargas e o incremento na exportação pelo sul do país”, afirma o ex-secretário estadual dos Transportes.
A ampliação dos molhes e o aprofundamento do canal de acesso tornarão Rio Grande o porto de águas mais profundas entre São Sebastião, no litoral de São Paulo e Bahia Blanca, no sul da Argentina.”Então poderemos atrair cargas da Bacia do Prata, como grãos da Argentina, Paraguai e Bolívia, minérios de Mato Grosso do Sul e da Bolívia, madeiras do Uruguai e contêineres de vários países”, afirma o deputado. Apenas a região do Prata concentra uma movimentação de 40 milhões de toneladas/ano de granéis agrícolas.
A ampliação consiste em prolongar em 370 metros o molhe leste e em 700 metros o molhe oeste, através do lançamento de cerca de 1 milhão de metros cúbicos de pedras e de tetrápodes de 8 toneladas e 12 toneladas. A extensão atual do molhe leste, localizado em São José do Norte, é de 4.220 metros e do molhe oeste, localizado em Rio Grande, de 3.160 metros.
Também integraram a comitiva os deputados estaduais Miki Breier (PSB) e Sandro Boka.
