O PSB e a sucessA?o presidencial
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A tarefa de hoje, como insiste Eduardo Campos, Ai?? em 2013 assegurar apoio Ai?? presidente. Discutir sucessA?o agora Ai?? um desserviAi??o Ai?? democracia. ) PSB nA?o nasceu hoje. Herdeiro das lutas sociais que construAi??ram nossa histA?ria, surge em 1947 no bojo da esquerda democrA?tica apA?s a luta contra o Estado Novo.
Em toda a RepA?blica de 1946, lutou pelo socialismo e pela democracia: defendeu a posse de JK, seu governo desenvolvimentista e a posse de Jango; participou de seu gabinete parlamentarista com JoA?o Mangabeira, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva; acolheu em seus quadros a saga de Francisco JuliA?o e suas Ligas Camponesas; governou Recife com PelA?pidas da Silveira; e presidiu a Petrobras com Francisco Mangabeira.
Com o Ato Institucional nA?mero 2, foi para a resistA?ncia inorgA?nica. Muitos de seus lAi??deres passaram a atuar na grande frente que seria o MDB, enquanto outros militantes buscaram outras formas de resistA?ncia. Todos, porAi??m, participaram da guerra sem quartel contra a ditadura.
Iniciada a transiAi??A?o para a democracia, logrou reorganizar-se em 1985. Foi uma longa e difAi??cil caminhada. Fez oposiAi??A?o ao governo Sarney, denunciou a tortura em memorA?vel programa de TV e atuou com destaque na constituinte. Defendeu o presidencialismo, o mandato de quatro anos, a penalizaAi??A?o da tortura como crime inafianAi??A?vel, o direito de greve, o turno de seis e a jornada de 40 horas, a unicidade sindical, a reforma agrA?ria, o monopA?lio estatal do petrA?leo e dos minerais estratAi??gicos.
Em 1989, seria um dos fundadores da Frente Brasil Popular, que levou Lula ao segundo turno. Opositor ferrenho do governo Collor, teve atuaAi??A?o destacada no seu impeachment, por meio dos senadores Jamil Haddad e JosAi?? Paulo Bisol, e de Evandro Lins e Silva, um dos advogados da sociedade contra o presidente infrator.
Apoiou Lula em 1994 e 1998 e fez diuturna oposiAi??A?o aos governos FHC. Em 2002, lanAi??ou candidatura prA?pria Ai?? PresidA?ncia para apoiar Lula no segundo turno, apoio que reiterou em 2006. Em 2010, alinhou-se desde cedo na campanha de Dilma Rousseff. Integra os governos de centro-esquerda desde seu primeiro dia.
Os presidentes nacionais do PSB, antes de mim e de Eduardo Campos, sA?o o testemunho de sua vocaAi??A?o: AntA?nio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes. Deles colhemos um compromisso que estamos sabendo honrar.
Sentimo-nos contribuintes nas vitA?rias eleitorais e corresponsA?veis pelos governos de Lula e Dilma. Defendemos o aprofundamento das conquistas econA?micas e a institucionalizaAi??A?o dos avanAi??os sociais.
Com nossos justos anseios de crescimento e conquista do poder, defendemos a continuidade do projeto de centro-esquerda, comprometido com a emergA?ncia das massas, a criaAi??A?o e distribuiAi??A?o de riquezas, a defesa da soberania nacional, o desenvolvimento econA?mico e a cidadania. Este projeto nA?o Ai?? mais nosso nem do PT e dos demais partidos que compunham a Frente Brasil Popular. Pertence hoje Ai?? sociedade brasileira.
Esta histA?ria nos dA? legitimidade para dizer que o PSB tem um espaAi??o prA?prio na polAi??tica brasileira. O partido Ai??, do ponto de vista programA?tico, polAi??tico, ideolA?gico, moral, histA?rico, existencial, contra tudo o que representa o neoliberalismo, como tese, e como experiA?ncia brasileira.
A tarefa de hoje, como insiste Eduardo Campos, Ai?? vencer 2013 e nele assegurar Ai?? presidente Dilma o apoio polAi??tico e social de que carece para vencer a crise agravada. Por isso, discutir sucessA?o presidencial, sejam quais forem as motivaAi??Ai??es, desde nobres, mas equivocadas, Ai??quelas movidas pela pequena polAi??tica, Ai?? um desserviAi??o Ai?? democracia e ao paAi??s.
Encurtar o mandato da presidente, como o faz o debate sobre sua sucessA?o, sA? pode render frutos a uma oposiAi??A?o anA?mica, sem vigor, sem rumo, perdida em sua profunda e incurA?vel mediocridade.
ROBERTO AMARAL, 65, advogado e cientista polAi??tico, Ai?? vice-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Foi ministro da CiA?ncia e Tecnologia (2003-2004, governo Lula)