Polícia Rodoviária Federal apresenta balanço da operação Ano-Novo

Jan 03 2008
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[03/01/2008]

Feriado foi o terceiro mais trágico nas rodovias gaúchas em 10 anos

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou queda 49,5% no número de mortes em acidentes nas estradas federais brasileiras, durante o feriado de Ano-Novo, em comparação com o do Natal. Nos cinco dias de operação Ano-Novo nas vias federais em todo o país, foram registrados 1.738 acidentes, com 1.276 feridos e 99 mortes. O Rio Grande do Sul ficou em segundo lugar no ranking nacional dos mais violentos, empatado com Santa Catarina, com um total de 190 acidentes em estradas federais. Em relação ao número de mortos no local do acidentes, o Estado empatou com Rio de Janeiro e Maranhão, ficando na terceira posição, com oito óbitos.Apesar do número de vítimas fatais ter caído pela metade nas vias federais, as estatísticas não agradaram o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS). No Rio Grande do Sul, 26 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito. O Réveillon foi o terceiro mais trágico nas estradas gaúchas em 10 anos. "Se compararmos com a virada de ano anterior, o número de vítimas fatais representam mais que o dobro. Não há fim de semana ou feriadão neste país que passe sem uma verdadeira carnificina, fruto da intolerância, da irresponsabilidade e do descumprimento das leis", disse.

Para o deputado, a violência no trânsito só pode ser reduzida com a mudança de atitude dos brasileiros. Não bastam as leis e as campanhas educativas, é preciso dar o exemplo correto, afirmou. Beto usou o futebol como exemplo de respeito às leis. "Uma criança de 6 anos já sabe que no futebol colocar a mão na bola dentro da área é pênalti e fora da área é falta. Em qualquer canto do Brasil, com juiz ou sem juiz, numa pelada ou partida oficial, todos conhecem as regras do jogo e as cumprem. Por que o mesmo respeito não acontece no trânsito, com a faixa de pedestres, os limites de velocidade, o consumo de bebida alcoólica", comparou.

O país precisa de atitudes positivas sobre temas graves como o trânsito, defendeu o Albuquerque. Segundo ele, é preciso fiscalizar e punir infratores, mas desenvolver um programa nacional de educação para o trânsito com o envolvimento de toda a sociedade.

Projeto agrava as penas dos crimes de trânsito – O crescimento da violência no trânsito no país levou um grupo de deputados a apresentar, no final de 2007, um projeto para alterar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), tornando-o mais rigoroso para os casos de homicídio, embriaguez e participação em rachas. A proposta foi protocolada pelo deputado Beto Albuquerque.

O objeto, segundo Beto, é dar uma resposta a um sentimento que existe na sociedade de impunidade com relação aos crimes cometidos no trânsito. "A sociedade tem se manifestado contra a impunidade no trânsito. Parentes de vítimas declaram sua inconformidade com o fato de que vidas estão sendo trocadas por cestas básicas", observou Beto, em uma referência às penas alternativas em delitos no trânsito, como direção do veículo alcoolizado, participação em "rachas" e abuso dos limites de velocidade.

Entre as propostas do projeto de lei nº 2592/2007, os deputados pretendem aumentar a pena de detenção para dois a seis anos na prática de homicídio culposo na direção de veículo. Albuquerque já obteve a garantia do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, para encaminhar a proposta diretamente ao plenário.