A Corsan foi o principal foco de crA�ticas entre prefeitos, na manhA? desta quinta-feira, na sede da FederaA�A?o das AssociaA�A�es de MunicA�pios do Rio Grande do Sul (Famurs). Na presenA�a de prefeitos, empresA?rios e especialistas da A?rea, a abordagem sobre a ineficiA?ncia dos serviA�os da estatal comandou o ritmo do 1A� SeminA?rio Estadual de Saneamento.
O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), foi o primeiro a dar o tom de descontentamento com a Corsan. “O conceito que eu tinha da entidade era o melhor, mas mudou muito desde que eu assumi a prefeitura. Se eu soubesse, teria rompido o contrato”. O comentA?rio criou mal-estar na mesa de abertura, onde, aliA?s, estava o diretor-presidente da Corsan, Luiz Zaffalon.
Conforme Schirmer expA?s, a mA�dia de vazamento de esgoto em Santa Maria A� de 10 casos por dia, 70 por semana. “E, para o cidadA?o, de quem A� a culpa? NA?o A� da Corsan, A� do prefeito”, reclamou. O prefeito ainda criticou o excesso dos serviA�os de terceirizaA�A?o da estatal, como a leitura do relA?gio, por exemplo. “SerA? inevitA?vel o rompimento (do contrato com da Corsan). Porque nenhum prefeito que assumir Santa Maria terA? coragem de renovar, senA?o, serA? apedrejado em praA�a pA?blica”.
O diretor-presidente da Corsan admitiu os problemas alegados. “Minha posiA�A?o A� de respeito a eles. Os prefeitos sA?o o poder concedente e devem ter razA�es de sobra para estas acusaA�A�es.” Ele concorda que a estatal, ao longo do tempo, baseou-se no atendimento ao fornecimento de A?gua, mas pouco em melhorias e esgotamento sanitA?rio. “Por muitos anos, em funA�A?o dos problemas de administraA�A?o, a Corsan negligenciou o atendimento. Hoje, com a nova lei (11.445/2007) estes problemas estA?o aflorando.”
Com tom menos incisivo, mas ainda contundente, o prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice (PSDB), expA?s a longa relaA�A?o de atrito entre a Corsan e o municA�pio. Em 2009, o SindiA?gua e a AssociaA�A?o de Engenheiros da Corsan encaminharam uma representaA�A?o ao MinistA�rio PA?blico de Contas, alegando que a prefeitura estava direcionando a licitaA�A?o da A?rea de saneamento em favor da Odebrecht. Mas, conforme Sanchotene, a estatal nA?o participou de audiA?ncia pA?blica, da licitaA�A?o e nem do plano de saneamento. “A Corsan estA? renovando contrato e prometendo o que nA?o tem.”
Sanchotene disse que A� aconselhA?vel que nA?o se envolva polA�tica partidA?ria no tema do saneamento bA?sico. A posiA�A?o ficou clara ao assumir abertamente que tem consciA?ncia de que, nos A?ltimos quatro anos, a presidA?ncia da Corsan teve o comando do seu partido. “Estou disposto a ir A�s A?ltimas consequA?ncias. Afinal, o que um homem de 75 anos pode perder?”, provocou Sanchotene.
Luiz Zaffalon defende o combate de trA?s problemas na instituiA�A?o, um deles A� a falta de recursos para o Estado. Para ele, a soluA�A?o estaria nas Parcerias PA?blico-Privadas (PPPs) – ideia defendida entre outros prefeitos, no seminA?rio, por Jairo Jorge, de Canoas; alA�m de Schirmer e Sanchotene. Outra soluA�A?o, apontou, seria descobrir um novo modelo de operaA�A?o de A?gua e esgoto. Zaffalon acredita que a Corsan precisa estar menos suscetA�vel A�s influA?ncias polA�ticas. “Ela (Corsan) A� politizada em excesso. Tem indicaA�A?o polA�tica em todos os setores.”
O prefeito de SA?o Gabriel, Rossano GonA�alves (PDT), ressaltou que “a relaA�A?o que se tem com a Corsan A� de favor, quando deveria ser de obrigaA�A?o”. Ele alertou durante sua exposiA�A?o que a estatal estA? poluindo as sangas, os cA?rregos, os riachos, os rios. “O rio VacacaA� estA? assoreado por culpa da Corsan, do esgoto que correu para ele a cA�u aberto. O MinistA�rio PA?blico deveria agir contra isso. NA?o sei se estA?, mas deveria.”
Rossano GonA�alves diz que a empresa se vale de medidas protelatA?rias que prejudicam o serviA�o. “A situaA�A?o real A� de pouca quantidade de esgoto canalizado e tratado. Como precisamos de nova concessA?o, e a Corsan nA?o tem condiA�A?o de baixar tarifa, ela nem entra nos processos licitatA?rios. E depois fica entrando com aA�A�es, com denA?ncias, como aconteceu com Uruguaiana.”
O presidente da Famurs, Vilmar Zanchin, salientou que o municA�pio tem duas opA�A�es: cria empresa prA?pria ou faz concessA?o pA?blica ou privada. “Os maiores criam as suas empresas. Os pequenos nA?o tA?m condiA�A�es. Por isso, estamos aqui conversando para ver qual a melhor alternativa para cada um.”
Sobre as crA�ticas direcionadas A� Corsan, Zanchin observa que a estatal “nA?o tem condiA�A�es e capacidade de fazer tais investimentos, que sA?o carA�ssimos”. Por outro lado, pondera que “quando o prefeito renova (a concessA?o) a comunidade comeA�a a cobrar.”
TambA�m participaram da abertura do evento o futuro secretA?rio estadual de Infaestrutura e LogA�stica, Beto Albuquerque (PSB), o empresA?rio Jorge Gerdau, o presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Camarano, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, HA�lio Saul Mileski.
