Rio Grande do Sul terá banco público de cordão umbilical

Nov 20 2008
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[20/11/2008]

O Rio Grande do Sul será um dos sete estados contemplados com um banco de cordão umbilical. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, assinaram ontem, no Rio, um convênio que vai destinar R$ 31,5 milhões para a ampliação da rede BrasilCord, que reúne bancos públicos de armazenamento de sangue de cordão umbilical e placentário. O Sangue do cordão umbilical é rico em células-tronco. O material é utilizado em tratamento de doenças de sangue, como leucemias e anemias, porque tem a capacidade de regenerar a medula óssea – responsável pela produção das substâncias do sangue.

O anúncio foi comemorado pelo vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS), que há 11 meses luta contra a leucemia de seu filho Pietro, 19 anos. “Travamos ao longo desses meses uma luta incansável e só fomos encontrar doadores compatíveis no exterior. Eu sou apenas um exemplo, a cada ano 10 mil novas pessoas manifestam a doença no país. Só no Rio Grande do Sul, são 800 pessoas a cada ano, 40% são jovens entre 16 e 19 anos”, alerta.

O transplante de medula óssea é indicado para pacientes que sofrem de leucemia, linfomas, anemias graves e imunodeficiências congênitas, além de outras 70 doenças relacionadas aos sistemas sangüíneo e imunológico.

Saiba Mais

Atualmente, a rede BrasilCord conta com quatro unidades -no Instituto Nacional de Câncer (RJ), no Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e nos hemocentros da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em Campinas e Ribeirão Preto. Com o investimento, serão criados outros oito centros nos Estados de Pernambuco, Ceará, Pará, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

Segundo Albuquerque, com a expansão da rede, várias regiões do país que tinham muito pouca participação em termos de doação voluntária, nas quais não há centros de transplante de medula serão abrangidas. Por outro lado, os estados com participação irão reforçar sua vocação de transplantes. “Esta é uma conquista importante de todos que lutam em favor da vida nos casos de leucemia. Se tivéssemos um banco público de cordão umbilical há mais tempo, muitas vidas teriam sido salvas e muitos casos teriam sido resolvidos com mais rapidez”, afirmou.

Entretanto, o deputado lembra que o sangue de cordão umbilical e placentário – rico em células-tronco hematopoéticas -, é apenas uma das duas principais fontes para realização de transplantes de medula óssea. A outra são os doadores voluntários. Neste sentido Albuquerque sugere uma mobilização nacional de governos, Congresso Nacional, hospitais, ONGs e empresas para estimular a doação de medula óssea. “A desinformação e a limitação de investimento publico são os maiores obstáculos ao aumento do número de doadores no país. A maioria das pessoas não tem o conhecimento necessário sobre como doar a medula, um procedimento simples e sem risco”, afirma.

Para ser um doador

Será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (10ml) e preenchida uma ficha com informações pessoais. Seu sangue será tipado por exame de histocompatibilidade (HLA), que é um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que podem influenciar no transplante. Seu tipo de HLA será incluído em um cadastro. Quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada. Se você for compatível com o paciente, outros exames de sangue serão necessários. Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir quanto à doação. Seu atual estado de saúde será então avaliado.

Como doar

Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar Medula Óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, através de punções e se recompõe em apenas 15 dias. Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as medulas do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a UMA EM CEM MIL! Por isso, são organizados Registros de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação. Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.