Setor de Transportes estA? otimista com novos governantes

Dec 02 2010
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JORNAL DO COMA�RCIO – PORTO ALEGRE

CADERNO LOGA?STICA

Com a proximidade da troca de governo nas esferas federal e estadual, aumentam as expectativas em relaA�A?o aos projetos e aA�A�es considerados prioritA?rios pelos novos governantes. Este A� o momento em que se renovam as esperanA�as de que antigas reivindicaA�A�es sejam atendidas. Vislumbrando o novo cenA?rio que estA? por vir, empresas e entidades dos setores aeroviA?rio, aquaviA?rio e ferroviA?rio, vitais para a circulaA�A?o das riquezas dentro do PaA�s, elencam as suas necessidades e perspectivas para os prA?ximos quatro anos.

O perfil da matriz de transporte nacional mostra que o modal rodoviA?rio A� a principal via de movimentaA�A?o das cargas brasileiras, com quase 61% de participaA�A?o. Dado que revela que o PaA�s A� predominantemente rodoviarista. Para o presidente da FederaA�A?o das Empresas de LogA�stica e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), Paulo Vicente Caleffi, o futuro governo deve manter os investimentos em infraestrutura nos diversos modais para que o PaA�s consiga atender A� demanda gerada pelo crescimento econA?mico.

O executivo afirma que estA? preocupado com o atraso na execuA�A?o de algumas obras previstas no Plano de AceleraA�A?o EconA?mica (PAC). No Rio Grande do Sul, ele cita como emergencial a duplicaA�A?o da BR-101 e da BR-290, entre GuaA�ba e Pantano Grande, assim como a construA�A?o da Rodovia do Parque e da nova ponte do GuaA�ba. Segundo Caleffi, a infraestrutura deficiente, como a pouca sinalizaA�A?o das estradas e o asfalto mal conservado, A� a principal causa de acidentes. a�?A pesquisa da ConfederaA�A?o Nacional do Transporte (CNT) 2010, que avaliou as principais rodovias brasileiras,A� mostra que mais de 50% delas nA?o estA?o em boas condiA�A�esa�?, afirma.A�

Do governo estadual, o setor de transportes espera que haja uma revisA?o no formato legal das concessA�es e do tipo de cobranA�a dos pedA?gios. Para os transportadores, o modelo ideal A� o de pedA?gios comunitA?rios. a�?Mas o dinheiro deve ser realmente aplicado nas obras para as quais a sua arrecadaA�A?o A� destinadaa�?, completa Caleffi.

A mudanA�a de governo reacende a esperanA�a de que novas ideias que tragam mais seguranA�a para os caminhoneiros, sejam colocadas em prA?tica, afirma oa�?presidente da Fecam (FederaA�A?o dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul e Santa Catarina), A�der Dala��Lago. a�?As estradas estA?o muito precA?rias e a capoeira estA? tomando de diversos trechos das rodovias. Mas o pior sA?o as agressA�es contra a vida e o patrimA?nio do caminhoneiro, em assaltos e roubos. Essa situaA�A?o estA? muito grave e precisa ser revista e solucionadaa�?, destaca Dala��Lago. E antes da criaA�A?o de um estatuto para os motoristas, regulando o tempo mA?ximo de direA�A?o, A� necessA?rio criar infraestrutura, com pontos de parada onde os profissionais possam descansar com seguranA�a, com higiene e alimentaA�A?o. a�?Nas rodovias A� muito perigoso parar. E, nos postos de gasolina, alA�m da falta de condiA�A�es adequadas, o caminhoneiro precisa ser cliente. O transporte rodoviA?rio de cargas precisa ser valorizado conforme a sua real importA?nciaa�?, diz.

Ferrovia cresce

MARCELLO CASAL JR/ABR/JC
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Para VilaA�a, importante A� ter planejamento Ao que tudo indica o uso dos trens para o transporte de cargas e de passageiros deve retomar sua posiA�A?o de destaque, envolto em glamour, em pouco tempo. O modal ferroviA?rio, que passou por uma fase de esquecimento nos anos 80 e de abandono completo nos anos 90, estA? voltando a todo o vapor na primeira dA�cada dos anos 2000. E as melhorias sA?o visA�veis. Desde a desestatizaA�A?o do setor em 1997, as concessionA?rias jA? investiram mais de R$ 22 bilhA�es na recuperaA�A?o da malha com o objetivo de tornA?-la uma alternativa logA�stica, rompendo barreiras culturais.

De acordo com o diretor-executivo da AssociaA�A?o Nacional dos Transportadores FerroviA?rios (ANTF), Rodrigo VilaA�a, para 2011 o montante previsto para investimento em ferrovias A� de R$ 4,6 bilhA�es. Somado a isso, o governo deverA? liberar recursos que somam mais de R$ 100 bilhA�es ao longo dos prA?ximos dez anos para o investimento em trens de alta velocidade. Por todo este cenA?rio de evoluA�A?o e investimentos permanentes, o setor ferroviA?rio estA? confiante e otimista com o novo governo.

Segundo VilaA�a, as empresas de transporte ferroviA?rio acreditam na continuidade das obras que estA?o em execuA�A?o, assim como na abertura de licitaA�A?o para novos empreendimentos jA? planejados e na revisA?o dos marcos regulatA?rios que vA?o dar garantias jurA�dicas para novos investidores. a�?Mas o mais importante A� que temos um planejamento e a forma de executar as obras de melhoria das ferrovias e aumento da malha. Quando se trata de investimento em infraestrutura esse aspecto A� muito importante, pois todas as obras sA?o feitas em longo prazo, pelo tempo de construA�A?o e pelos recursos financeiros necessA?riosa�?, afirma VilaA�a.

O fato de o governo federal estar empenhado em buscar possA�veis parcerias para colocar em prA?tica os projetos tambA�m A� considerado muito positivo pelos empresA?rios do modal. A meta do setor ferroviA?rio, hoje com 25% de participaA�A?o na matriz no modal dos transportes, A� chegar a 2015 com 30%. a�?Um paA�s com o potencial econA?mico do Brasil nA?o pode ficar com a infraestrutura arcaica, pobre e desregulada. Mas o governo estA? consciente disso e estA? fazendo seu papel junto com a populaA�A?o, que conhece as necessidades do PaA�s e estA? mais exigente, cobrando as melhorias com qualidadea�?, enfatiza VilaA�a.
Hidrovia confia no Estado e na UniA?o

GILMAR LUA?S/JC
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Becker afirma que investir em navegaA�A?o A� governar com os olhos voltados para o futuro AlA�m de ser uma alternativa econA?mica, o transporte pelo modal hidroviA?rio causa menos impacto ao meio ambiente. No Rio Grande do Sul, a navegaA�A?o interior ainda A� subutilizada, mas a cada ano vem aumentando a sua participaA�A?o na matriz modal. A passos lentos, mas constantes. Mas o curso desta histA?ria pode ganhar intensidade. Pelo menos as perspectivas do setor em relaA�A?o ao novo governo sA?o muito otimistas. a�?O candidato eleito para o prA?ximo mandato no Estado foi escolhido em primeiro turno, o que jA? lhe dA? mais autoridade para defender suas ideias. E ele tem demonstrado o interesse em investir no progressoa�?, destaca o presidente doA� Sindicato dos Armadores de NavegaA�A?o Interior dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, ParanA? e Mato Grosso do Sul (Sindarsul), Fernando Becker.

Segundo ele, a navegaA�A?o interior estA? tA?o em evidA?ncia, em funA�A?o dos benefA�cios que proporciona, em termos de economia e reduA�A?o da emissA?o de poluentes, que qualquer governo que tenha os olhos voltados para o futuro deverA? priorizar o modal hidroviA?rio. AtA� pelo fato de que estarA? investindo na multimodalidade, o que reduz a dependA?ncia de apenas um tipo de transporte para a movimentaA�A?o das cargas no Estado.A� AlA�m disso, a safra gaA?cha deve ser muito boa, o que naturalmente jA? vai aumentar a procura por embarcaA�A�es para a movimentaA�A?o da soja e do farelo de soja.

Becker tambA�m afirma que a escolha do deputado federal Beto Albuquerque para chefiar a Secretaria de Infraestrutura e LogA�stica foi muito positiva. a�?AlA�m de ser um profissional que conhece os problemas de logA�stica do Estado, tambA�m A� um entusiasta. Nossa esperanA�a A� que ele jA? chegue no governo implementando novas aA�A�esa�?, afirma.

Em nA�vel federal, hA? uma predisposiA�A?o de analisar a legislaA�A?o que tolhe o desenvolvimento da navegaA�A?o interior. O primeiro passo, explica Becker, A� mudar a legislaA�A?o em relaA�A?o ao nA?mero de tripulantes a bordo das embarcaA�A�es. Em barcosA� semelhantes aos que no Brasil sA?o obrigados a trafegar com no mA�nimo seis tripulantes, em outros paA�ses, como a Holanda, sA?o necessA?rios apenas dois. a�?Com um menor nA?mero de marinheiros a bordo poderA�amos pagar melhora�?, enfatiza Becker.

Facilitar a instalaA�A?o das empresas nas margens dos rios A� outra medida que A� fundamental. A bancada parlamentar gaA?cha, revela Becker, estA? empenhada em melhorar o uso da navegaA�A?o. a�?As empresas estA?o ansiosas. Naturalmente os barcos vA?o melhorara�?, afirma Becker. a�?TambA�m estamos confiantes de que o governo federal viabilize a hidrovia do Mercosul, pela Lagoa Mirima�?, completa.
AviaA�A?o espera infraestrutura melhor

O final de ano, que deveria ser um perA�odo de alegrias, em funA�A?o das comemoraA�A�es natalinas, tradicionalmente tem sido de muito estresse para quem depende da aviaA�A?o para viajar. A causa das dores de cabeA�a dos passageiros com o jA? famoso caos aA�reo brasileiro A� gerada pela falta de infraestrutura dos aeroportos, afirma o presidente do Sindicato Nacional das Empresas AeroviA?rias (Snea), JosA� MA?rcio Formollo. a�?Todos os aeroportos precisam de obras urgentes, nA?o sA? para solucionar os problemas recorrentes habituais nos perA�odos de maior demanda, como para a Copa de 2014a�?, cobra Formollo.

As necessidades, segundo ele, vA?o da construA�A?o de novos terminais, aumento de pistas a estacionamento para aeronaves e veA�culos. Ele cita o aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, de BrasA�lia, que necessita de ampliaA�A?o do pA?tio para estacionamento das aeronaves, e os de Viracopos e de Guarulhos (SP), que estA?o superados. a�?Os investimentos em melhorias estA?o defasados hA? mais de oito anos. Agora estA? difA�cil de recuperar o que jA? deveria ter sido feito ao longo dos anosa�?, afirma.

No que se refere A� movimentaA�A?o de cargas tambA�m hA? problemas, principalmente pelaA� falta de terminais apropriados. Algumas empresas aA�reas jA? se ofereceram para executar ampliaA�A�es, mas o monopA?lio para a realizaA�A?o das obras A� da Infraero, responsA?vel pelos 67 principais aeroportos do Brasil. Outro problema sA�rio, na opiniA?o do presidente do Snea, A� a restriA�A?o de tempo de trabalho por parte da Receita Federal do Brasil (RFB) na liberaA�A?o de cargas. No Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), nos finais de semana os agentes fiscais da FRB sA? trabalham em regime de plantA?o e nA?o tA?m turno A� noite. Nos aeroportos dos outros paA�ses, em sua grande maioria, os fiscais trabalham 24 horas por dia durante toda a semana, reclama Formollo.A�

No Rio Grande do Sul, a situaA�A?o dos aeroportos nA?o A� diferente dos demais estados. HA? mais de dez anos os empresA?rios gaA?chos aguardam a ampliaA�A?o da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional Salgado Filho para poder aumentar a carga das aeronaves de grande porte.

No caso da aviaA�A?o regional, de acordo com o diretor-geral da NHT Linhas AA�reas, Reinaldo Herrmann, a preocupaA�A?o A� com aumento do nA�vel de exigA?ncias da AgA?ncia Nacional de AviaA�A?o Civil (Anac) em relaA�A?o A� infraestrutura de aeroportos de cidades pequenas. Entre os itens cobrados estA?o estrutura de combate a incA?ndio, que inclui carro de bombeiros, e equipamentos de detecA�A?o de metais. AlA�m disso, tambA�m exige a elaboraA�A?o do Manual de Gerenciamento de SeguranA�a Operacional (MGSO) especA�fico para cada aeroporto, conforme suas caracterA�sticas e condiA�A�es.

Nos aeroportos administrados pelo governo do Estado estes itens jA? estA?o sendo providenciados. Nos que estA?o sob a responsabilidade das prefeituras hA? outras prioridades, conta Herrmann. a�?Mas para que o investimento nA?o se torne pesado para o municA�pio, o governo do Estado poderia usar os recursos de incentivo ao crescimento da malha aA�rea, como o Programa Federal de AuxA�lio a Aeroportos (Profaa), para desenvolvimento da infraestrutura nos aeroportos pequenosa�?, sugere.

A ligaA�A?o aA�rea A� importante para levar desenvolvimento aos locais mais remotos,A� pois o empresA?rio que investe em novas empresas quer levar os fornecedores e precisa do acesso fA?cil e rA?pido que sA? o aviA?o permite. Herrmann destaca que estA? temeroso com relaA�A?o ao futuro do Departamento AeroportuA?rio (DAP), que hA? mais de oito anos vem passando por um processo de enxugamento no seu quadro de pessoal. Mas ele se diz confiante com o futuro, baseado nas propostas apresentadas durante as campanhas eleitorais.