Vice-líder do governo afirma que acordo depende dos países ricos

Jun 26 2007
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[26/06/2007]

O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), afirma que Doha é uma rodada de desenvolvimento que deve se basear na proporcionalidade das concessões. “Os países mais ricos têm que ceder mais”, disse o deputado que participou desde segunda-feira da terceira sessão ordinária do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai. Albuquerque defendeu a divulgação de documento em apoio à posição assumida pelos países do bloco nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) no último encontro realizado na semana passada, em Potsdam (Alemanha). Brasil e Índia suspenderam as negociações.

Na declaração, o Parlamento afirma que a Rodada Doha "só chegará a bom termo se induzir uma significativa liberalização do mercado agrícola e corrigir as assimetrias da Rodada Uruguai". Ou seja, se atender à demanda dos países em desenvolvimento por maior acesso de seus produtos agrícolas aos consumidores das nações ricas. A declaração será encaminhada a governos e entidades ligadas ao comércio internacional. Albuquerque disse que a inclusão social e a geração de emprego no mundo dependem, em boa parte, do fim da política protecionista das nações ricas.

Na opinião do vice-líder, a interrupção das negociações em Doha deve levar o Mercosul a avaliar a conveniência de buscar acordos bilaterais ou regionais. No próximo dia 4, ocorrerá em Lisboa a primeira reunião de cúpula entre Brasil e União Européia. O encontro foi marcado para preparar as bases para a consagração do Brasil como futuro "parceiro estratégico" da UE. O Mercosul já tem acordos com a União Aduaneira da África Austral (Sacu) e com a Índia e deve fechar acordos com Israel e com os países do Golfo Árabe. Além disso, o Brasil tem um acordo de cooperação econômica com o México.

Barreiras – A rodada de Doha começou há seis anos em Doha (Qatar), com negociações sucessivas realizadas em Cancún (México), Genebra (Suíça) e Paris. Na semana passada, fracassaram as negociações do G-4 (Estados Unidos, União Européia, Brasil e Índia) na tentativa de chegar a um pré-acordo para a rodada. O objetivo da rodada de Doha é diminuir as barreiras comerciais em todo o mundo, com foco no livre comércio para os países em desenvolvimento. As conversações centram-se na separação entre os países ricos, desenvolvidos, e os maiores países em desenvolvimento (representados pelo G20). Os subsídios agrícolas são o principal tema de controvérsia nas negociações.